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A mostrar mensagens de setembro, 2014
Crítica: Os Gatos Não T êm  Vertigens, de António Pedro-Vasconcelos Um dos problemas mais significativos da produção cinematográfica portuguesa (e sim eu sei que são muitos, mas para não nos alongarmos falemos apenas deste) é que a maioria dos cineastas não estão de maneira alguma interessados em trabalhar as suas obras de uma maneira acessível a um público mais alargado e o resultado é um alinhamento de obras que por melhor que sejam, não conseguem chegar ao resto do comum dos mortais, talvez por serem demasiado pessoais e, consequentemente, se tornarem impenetráveis ao espetador, por serem demasiado "alternativas", ou (em alguns casos) por se tratarem de trabalhos algo pedantes e pretensos. E é talvez por isso que a nova obra de António-Pedro Vasconcelos se torna uma curiosa surpresa, ou seja, um filme caloroso que aborda temas de facto importantes na nossa sociedade atual de forma acessível, e tudo isto sem se estupidificar (isto porque ao contrário do que alguns pens
Crítica: The Equalizer - Sem Misericórdia (The Equalizer), Antoine Fuqua                                                             Depois de ter realizado um filme de sucesso (Assalto à Casa Branca), no qual ninguém apostava Antoine Fuqua "atira-se" agora à já muito adiada (o projeto já anda a circular em Hollywood há vários anos) adaptação cinematográfica de "The Equalizer", uma popularíssima série americana dos anos 80. Ora e se as adaptações de séries televisivas ao grande ecrã não são conhecidas pela sua qualidade (exceção feita a "Os Intocáveis" e a saga "Missão Impossível"), esta nova obra de Fuqua contraria essa tendência pela positiva e apresenta-se como um dos melhores títulos do seu género estreados este ano. A história que aqui serve como base é de uma simplicidade e classicismo enormes, porém é tão bem trabalhada que de imediato se torna brilhante e isso nota-se desde o início onde o cineasta começa por desenvolver o seu herói
Destaque Da Semana (25/09/2014-01/10/2014): The Equalizer - Sem Misericórdia (The Equalizer), de Antoine Fuqua
Crítica: Num Outro Tom (Begin Again), de John Carney Estávamos em 2006 quando do nada apareceu "Once" (que por cá foi lançado directamente para DVD com o pavoroso título "No Mesmo Tom") um drama musical que surpreendeu toda a gente e acabou até por conseguir levar para casa um Óscar (o de melhor canção original). Ora, depois dessa "pequena" obra-prima muita foi a especulação em relação aos possíveis projetos futuros do seu realizador John Carney. Porém, estranhamente o cineasta "desapareceu" por uns anos, trabalhando unicamente em dois projetos menores no seu país natal, a Irlanda, que poucos viram. Ou seja, tudo apontava para que "Once" nada mais tivesse sido do que um mero "golpe de sorte" na carreira de um realizador destinado a ser esquecido. Isto era até este "Num Outro Tom" (e sim, mais uma tradução pavorosa, mas é o que temos). Belo, melancólico e, no entanto, imensamente divertido, tudo isto sempre de
Crítica: Maze Runner - Correr Ou Morrer (The Maze Runner), de Wes Ball Vivemos na época das adaptações Young Adult (traduzido à letra jovens adultos), que para os menos versados na matéria é um termo designado para mais facilmente categorizar um determinado género de obra literária concebida com o objetivo de atingir um público maioritariamente jovem. Ora bem, desde o sucesso de "Twilight", que basicamente todos os estúdios têm tentado obter sucesso com adaptações cinematográficas de livros desta linha, de modo a criar franchises,  o que teoricamente parece fácil, até porque cada uma destas películas chegam às salas já com um substancial grupo de fãs, mas se assim é, porque é que à exceção de "The Hunger Games" todos têm fracassado? É simples e fácil de explicar, é que no geral estas obras não passam de cópias umas das outras e quando não o são acabamos por assistir a algo demasiado peculiar para ter sucesso nas bilheteiras (veja-se "Academia De Vampiros
Crítica: The Giver - O Dador De Memórias (The Giver), de Phillip Noyce "The Giver" o bestseller de Loiwis Loury não é muito conhecido por cá, porém nos EUA é um verdadeiro clássico da literatura, que Jeff Bridges anda a tentar adaptar ao cinema há mais de duas décadas, (sendo que originalmente pensava até em realizá-lo), agora finalmente conseguiu ver a obra no grande ecrã, com a realização de Phillip Noyce. E desde já, importa notar que numa altura em que cada vez mais vemos todo o tipo de obras literárias no cinema, "The Giver" destaca-se como sendo uma das mais especiais. Um thriller dramático que se desvia das elaboradas sequências de ação a que os blockbusters de Verão no ofereceram, criando uma tensão sofisticada e baseada num argumento denso e provocante, que nos oferece interessantes considerações sobre temas como o livre-arbítrio, o totalitarismo e as emoções que fazem de nós humanos. A juntar a isso temos um elenco portentoso de onde se destaca, em
MOTELx 2014: The Guest, de Adam Wingard Vindo do "reino" do cinema indie americano (do movimento mumblecore , para ser mais preciso), Adam Wingard é um realizador com visão, digamos assim, que consistentemente nos oferece obras com grande interesse e arrojo e, para obtermos exemplos disso mesmo, basta olharmos para os seus recentes segmentos nas antologias VHS (e na sua respetiva sequela) e "The ABC´s Of Death", ou o slasher subversivo "You´re Next", que veio trazer uma nova energia a um subgénero que já há muito parecia ter perdido o fôlego (da mesma maneira que Wes Craven o fez com o seu "Gritos" no século passado). Agora o cineasta regressa com aquela que é, sem dúvida, a sua obra mais rica e passo desde já a explicar porquê. Assumidamente influenciado pelo cinema de John Carpenter, este "The Guest" é um thriller profundamente atmosférico, tenso e hipnotizante, que apresenta uma trama altamente cativante e repleta de surpre
Destaque Da Semana (18/09/2014-24/09/2014): No Mesmo Tom (Begin Again), de John Carney
MOTELx 2014: Crítica: Life Afert Beth, de Jeff Baena Estreou em Sundance no início do ano e foi imediatamente proclamado como sendo um "clássico de culto" e chega agora a Portugal no MOTELx. De facto não é difícil entender como é que a obra de Jeff Baena conquistou o já referido título aquando da sua estreia no consagrado festival americano. Logo à cabeça, é importante notar que "Life After Beth" é talvez o filme mais peculiar do ano. Aqui a trabalhar a comédia romântica de zombies (ou Zom-Rom-Com, como lhe chamam os americanos), o argumentista e cineasta cria  uma metáfora para as relações amorosas, que é tão loucamente hilariante quanto surpreendentemente séria, não que a obra se leve muito a sério (nem devia) mas no meio de cada momento humorístico (mesmo os mais exagerados), existe uma certa melancolia escondida, um enorme pedaço de humanidade que faz com que o espetador se consiga fácil e rapidamente identificar com aquelas personagens e com a sua situaç
Crítica: O Reflexo Do Medo (As Above, So Below), de John Erick Dowdle A produção de cinema de terror nos grandes estúdios americanos, baseia-se exclusivamente em "modas", ou seja, basicamente a cada década alguém realiza um filme extraordinário num determinado subgénero que se sai muito bem nas bilheteiras e desencadeia uma produção em massa de filmes semelhantes. Atualmente esse subgénero é o found footage , que graças ao retumbante sucesso da saga "Atividade Paranormal" hoje domina a maioria das obras do género a serem produzidas pela indústria (o que faz sentido, nem que seja só pelo facto de serem obras baratas de produzir, e devido a isso, quase sempre rentáveis). O problema é que o subgénero já começa a apresentar sinais de cansaço, que têm sido evidentes tanto a nível criativo como comercial, havendo até pessoas que acusam este tipo de obras (atualmente) de se resumirem a fracas repetições de si mesmas. E embora essa queixa não seja desprovida de algum
Destaque Da Semana (11/09/2014-17/09/2014): O Reflexo Do Medo (As Above, So Below), de John Erick Dowdle
Crítica: Dentro Da Tempestade (Into The Storm), de Steven Quale Hoje em dia a "moda" em Hollywood são os filmes de super-heróis, porém há pouco tempo atrás eram os chamados disaster movies (filmes catástrofe), um género que sempre fez as delicias do público, embora fosse constantemente subvalorizado pela crítica. E a verdade é que embora o género já tenha tido os seus desaires, quando bem feitos os disaster movies conseguem ser bastante eficazes e divertidos de assistir. E a obra de Steven Quale é um bom exemplo disso. Escrito por John Swetnam este "Dentro Da Tempestade" tem a imediata vantagem de ter um ótimo guião, que estabelece com firmeza as suas personagens e a sua situação, jogando bem com o drama vivido pelas mesmas. Possui também  algum alivio cómico sempre divertido, pontuado por um retrato curioso e interessante da obsessão com a fama, relacionado aqui (e muito bem) com o nosso panorama atual saturado de imagens. Já na frente da representação dest
Crítica: Livrai-nos do Mal (Deliver Us From Evil), de Scott Derrickson Scott Derickson é um cineasta de imenso talento cuja filmografia (à data deste escrito, curta mas interessante), tem apresentado uma regular evolução que se tem vindo a notar desde o mediano "O Exorcismo De Emily Rose" até ao subtil e enervante (no bom sentido) "Sinister - A Entidade Do Mal". Evolução essa que se volta a fazer ver neste seu excecional "Livrai-nos Do Mal". Uma mistura de thriller policial e cinema de terror de grande fôlego, que funciona como uma espécie de mistura entre "Seven" e "O Exorcista". Mas, afinal o que é que distingue a obra de Derrickson das restantes em sala e faz dela como eu próprio mencionei acima "excecional"? Pergunta o caríssimo leitor. Simples, é que o cineasta sabe (e atenção que isto é algo que não se ensina) que para nos envolvermos por completo na narrativa a existência de personagens cativantes é uma necess
Crítica: Magia Ao Luar (Magic In The Moonlight), de Woody Allen Nos últimos anos Woody Allen tem-se tornado um realizador de crescente sucesso comercial, atingindo valores surpreendentemente altos nas bilheteiras, sendo que curiosamente esse êxito coincidiu com constantes ataques da parte da crítica que o acusa frequentemente de já não possuir a capacidade criativa do passado e, embora até agora me tivesse mantido um enorme apoiante do cineasta, não há como negar que este "Magia Ao Luar" é um dos seus filmes mais fracos em bastante tempo. Não que seja péssimo, aliás essa até acaba por ser a coisa que aqui mais nervos causa, é que a espaços Allen toca ideias de enorme interesse, apresenta alguns belos diálogos (já bem típicos do realizador), e até uma narrativa com bastante potencial, mas inexplicavelmente aqui o resultado parece, por vezes, uma espécie de sketch feito com o propósito de parodiar o trabalho do cineasta, caindo, ocasionalmente, em momentos demasiado exage
Destaque Da Semana (04/10/2014-10/10/2014): Livrai-nos do Mal (Deliver Us From Evil), de Scott Derrickson