Crítica: Aproveita A Vida Henry Altmann (The Angriest Man In Brooklyn), de Phil Alden Robinson
Robin Williams é um daqueles (poucos) atores que estão pura e simplesmente "condenados" a ficar para sempre na história do cinema, não só pelo seu talento, mas pela forma como o usaram para chegar ao público, para o divertir e, por vezes, até comover. Ao longo da sua carreira Williams foi um professor preferido de toda a gente em "O Clube Dos Poetas Mortos", o homem que gritava "Bom Dia, Vietname", o psicólogo que salvou Matt Damon em "O Bom Rebelde", o Peter Pan" de Spielberg em "Hook", foi heterossexual e homossexual, foi um ser humano, e um ser robótico e, acima de tudo, foi todas essas personagens na perfeição, como tal é natural que não tenha sido fácil vê-lo partir. Porém, antes do seu falecimento o ator ainda deixou cinco obras inéditas, a primeira das quais chega agora às nossas salas e é com alegria que declaro que "Aproveita A Vida Henry Altmann" é apenas mais uma, de muitas provas da imensidão de talento possuída pelo seu protagonista.
Começando num registo de leve e divertida comédia de situação, Phil Alden Robinson (que já não filmava há mais de uma década) vai-nos apresentando a Henry Altmann um homem rezingão, odiado por tudo e todos, que parece habitar num constante estado de fúria, porém à medida que a obra avança vamos começando a perceber que este nem sempre foi assim e aqui a interpretação de Robin Williams é fundamental, contrastando aquela raiva e ódio que parecem ser constantes na vida da personagem, com uma humanidade e humor surpreendentes, que vão sendo destacados em alguns flashbacks ou pequenas situações, que nos levam a entrar dentro da cabeça da personagem e perceber o porquê daquela sua aparente infelicidade, tudo isto simplesmente a servir como uma espécie de preparação para uma reta final surpreendentemente tocante. Fundamental realçar também Hamish Linklater, aqui a interpretar o filho do protagonista, que apesar de apenas partilhar com ele uma pequena e fugaz cena consegue mostrar como algo tão simples como aquilo que é ilustrado (que como é óbvio não será aqui revelado) pode encerrar tanto significado.
E por isso, este "Aproveita A Vida Henry Altmann" acaba por funcionar na perfeição como um peculiar feel-good movie, que apresenta num registo divertido, uma premissa original e curiosa e uma mensagem de grande importância. E afinal o que é que se pode pedir mais?
10/10
Robin Williams é um daqueles (poucos) atores que estão pura e simplesmente "condenados" a ficar para sempre na história do cinema, não só pelo seu talento, mas pela forma como o usaram para chegar ao público, para o divertir e, por vezes, até comover. Ao longo da sua carreira Williams foi um professor preferido de toda a gente em "O Clube Dos Poetas Mortos", o homem que gritava "Bom Dia, Vietname", o psicólogo que salvou Matt Damon em "O Bom Rebelde", o Peter Pan" de Spielberg em "Hook", foi heterossexual e homossexual, foi um ser humano, e um ser robótico e, acima de tudo, foi todas essas personagens na perfeição, como tal é natural que não tenha sido fácil vê-lo partir. Porém, antes do seu falecimento o ator ainda deixou cinco obras inéditas, a primeira das quais chega agora às nossas salas e é com alegria que declaro que "Aproveita A Vida Henry Altmann" é apenas mais uma, de muitas provas da imensidão de talento possuída pelo seu protagonista.
Começando num registo de leve e divertida comédia de situação, Phil Alden Robinson (que já não filmava há mais de uma década) vai-nos apresentando a Henry Altmann um homem rezingão, odiado por tudo e todos, que parece habitar num constante estado de fúria, porém à medida que a obra avança vamos começando a perceber que este nem sempre foi assim e aqui a interpretação de Robin Williams é fundamental, contrastando aquela raiva e ódio que parecem ser constantes na vida da personagem, com uma humanidade e humor surpreendentes, que vão sendo destacados em alguns flashbacks ou pequenas situações, que nos levam a entrar dentro da cabeça da personagem e perceber o porquê daquela sua aparente infelicidade, tudo isto simplesmente a servir como uma espécie de preparação para uma reta final surpreendentemente tocante. Fundamental realçar também Hamish Linklater, aqui a interpretar o filho do protagonista, que apesar de apenas partilhar com ele uma pequena e fugaz cena consegue mostrar como algo tão simples como aquilo que é ilustrado (que como é óbvio não será aqui revelado) pode encerrar tanto significado.
E por isso, este "Aproveita A Vida Henry Altmann" acaba por funcionar na perfeição como um peculiar feel-good movie, que apresenta num registo divertido, uma premissa original e curiosa e uma mensagem de grande importância. E afinal o que é que se pode pedir mais?
10/10
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