Crítica: "Relatos Salvajes" ("Relatos Selvagens"), de Damián Szifrón
Nestes últimos tempos, temos vindo a assistir a uma curiosa ressurgência dos modelos narrativos antológicos (ou seja, história individuais contadas de forma episódica, cuja ligação se prende unicamente a um tema, ou um cenário) tanto no grande ecrã (em obras como "V/H/S" ou "The Abc´s Of Death"), como no pequeno (em séries como "True Detective", "American Horror Story", "Black Mirror", entre outros). Integrado na seleção oficial do Festival de Cannes 2014 e produzido por Pedro Almodóvar, em "Relatos Selvagens", o cineasta e argumentista Damián Szifrón serve-se desse mesmo modelo para criar uma portentosa análise da fina linha que separa a civilização da barbárie.
Tendo por base as angustiantes atribulações várias com as quais nos deparamos diariamente, Szifrón vai-se movendo com notória agilidade por entre a comédia, o thriller e, por vezes, até o terror, criando assim um brilhante "quadro" social, burlesco e perversamente divertido, de uma Argentina à beira de um ataque de nervos.
"Quadro" esse que vai sendo composto por uma diversidade de histórias que variam a nível de tom e duração, mas nunca falham em entreter e fascinar, com o seu sentido de humor negro como o carvão, e a sua exploração inteligente e provocadora (a evocar o melhor cinema de Pedro Almodóvar e Woody Allen) do lado mais animalesco do ser humano. Por outras palavras, filmaço do caraças!
Nestes últimos tempos, temos vindo a assistir a uma curiosa ressurgência dos modelos narrativos antológicos (ou seja, história individuais contadas de forma episódica, cuja ligação se prende unicamente a um tema, ou um cenário) tanto no grande ecrã (em obras como "V/H/S" ou "The Abc´s Of Death"), como no pequeno (em séries como "True Detective", "American Horror Story", "Black Mirror", entre outros). Integrado na seleção oficial do Festival de Cannes 2014 e produzido por Pedro Almodóvar, em "Relatos Selvagens", o cineasta e argumentista Damián Szifrón serve-se desse mesmo modelo para criar uma portentosa análise da fina linha que separa a civilização da barbárie.
Tendo por base as angustiantes atribulações várias com as quais nos deparamos diariamente, Szifrón vai-se movendo com notória agilidade por entre a comédia, o thriller e, por vezes, até o terror, criando assim um brilhante "quadro" social, burlesco e perversamente divertido, de uma Argentina à beira de um ataque de nervos.
"Quadro" esse que vai sendo composto por uma diversidade de histórias que variam a nível de tom e duração, mas nunca falham em entreter e fascinar, com o seu sentido de humor negro como o carvão, e a sua exploração inteligente e provocadora (a evocar o melhor cinema de Pedro Almodóvar e Woody Allen) do lado mais animalesco do ser humano. Por outras palavras, filmaço do caraças!
9/10
Miguel Anjos
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