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Crítica: "Barely Lethal" ("Barely Lethal: Missão Adolescência"), de Kyle Newman




Megan Walsh (Hailee Steinfeld) nunca conheceu os pais. Órfã desde muito pequena, cresceu em Prescott, uma escola especial para crianças desamparadas. As raparigas da academia são treinadas, praticamente desde o seu nascimento para serem assassinas. Lá, para além do ensino tradicional, Megan recebeu também um treino intensivo em artes marciais e técnicas de autodefesa. Hoje, já com 16 anos, está prestes a ser membro de um grupo restrito de jovens agentes do governo dos EUA. Mas quando é enviada para o “terreno”, ela dá-se conta do que perdeu na sua vida de reclusão. Tudo o que agora deseja é ser uma rapariga igual às outras. Assim, determinada a encontrar o seu lugar no mundo, encena a sua própria morte e desaparece sem deixar rasto. Depois, com uma nova identidade, inscreve-se como aluna de intercâmbio numa escola pública. Tudo parece correr melhor do que o previsto e Megan começa a sentir-se quase feliz ao deparar-se com os problemas normais da adolescência. Mas tudo muda de figura quando um vídeo seu vai parar ao canal Youtube e é descoberto por Hardman (Samuel L. Jackson), o seu antigo mentor em Prescott… A partir daí, o cineasta norte-americano Kyle Newman e argumentista estreante John D'Arco, criam com este "Barely Lethal: Missão Adolescência", uma comédia de ação/aventura divertida e charmosa, que funciona como uma hilariante sátira aos "filmes de adolescentes" (onde não faltam referências certeiras a "clássicos" do género, como "Giras E Terríveis" ou "As Meninas De Beverly Hills").

7/10
Miguel Anjos

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