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Crítica (MOTELx 2015): "Turbo Kid", de Anouk Whissell, Yoann-Karl Whissell, François Simard



Realização: Anouk Whissell, Yoann-Karl Whissell, François Simard
Argumento: Anouk Whissell, Yoann-Karl Whissell, François Simard
Elenco: Munro Chambers, Laurence Leboeuf, Michael Ironside
Género: Ação, Ficção-Científica
Duração: 93 Minutos
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Sala composta, compostíssima, para assistir ao muito aguardado "Turbo Kid", uma brilhante homenagem ao cinema de ação clássico das décadas de 70 e 80 (os cenários e pequenos detalhes da história lembram o universo de "Mad Max", por exemplo), repleta de ótimos momentos que deixou a Sala Manoel De Oliveira, a chorar de tanto rir. A história tem lugar no futuro pós-apocalíptico de 1997, onde um adolescente órfão chamado “the kid” (Munro Chambers, preciosa descoberta) dedica o seu tempo à procura de relíquias nos escombros. Um dia encontra uma rapariga misteriosa (a adorável Laurence Leboeuf). Mas enquanto se conhecem, ela é raptada pelo tirano Zeus (interpretado pelo ator de culto, Michael Ironside), também responsável pela morte dos pais de “The Kid”. Destruir Zeus para vingar a morte dos seus pais e salvar a rapariga dos seus sonhos torna-se a sua missão.

Escrito e realizado a nove mãos pelos estreantes Anouk Whissell, Yoann-Karl Whissell, François Simard (que também fazem pequenas aparições enquanto atores), "Turbo Kid" é uma fita preciosa, com um sentido de humor delirante e um argumento muito bem escrito.

Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos

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