Crítica: "Minha Mãe", de Nanni Moretti
Título Original: "Mia Madre"
Realização: Nanni Moretti
Argumento: Nanni Moretti, Valia Santella, Gaia Manzini, Chiara Valerio, Francesco Piccolo
Elenco: Margherita Buy, John Turturro, Giulia Lazzarini, Nanni Moretti
Género: Drama
Duração: 106 minutos
País: Itália | França
Ano: 2015
Data De Estreia (Portugal): 26/11/2015
Classificação Etária: M/12
Título Original: "Mia Madre"
Realização: Nanni Moretti
Argumento: Nanni Moretti, Valia Santella, Gaia Manzini, Chiara Valerio, Francesco Piccolo
Elenco: Margherita Buy, John Turturro, Giulia Lazzarini, Nanni Moretti
Género: Drama
Duração: 106 minutos
País: Itália | França
Ano: 2015
Data De Estreia (Portugal): 26/11/2015
Classificação Etária: M/12
Nanni Moretti estava a filmar "Habemus Papam - Temos Papa" quando a mãe, Agata Apicella, faleceu, no Outono de 2010. "Mia Madre" (estreado em Maio, no Festival de Cannes) é o primeiro filme que realizou desde então e, talvez por isso, não será de estranhar que também seja um dos seus projetos mais pessoais. A linha fundamental da intriga é muito simples: dois irmãos, (muitíssimo bem) interpretados por Margherita Buy e pelo o próprio Moretti, descobrem que a sua mãe, hospitalizada, poderá não resistir por muito tempo. Ela é, curiosamente, a que está do lado do cinema: tem um filme "político" sobre a agitação dos trabalhadores de uma fábrica, em rodagem e enfrenta insólitas dificuldades de entendimento com o ator americano que convidou (extraordinário John Turturro); ele, na sua pose mais ou menos tecnocrática e distante, tenta introduzir alguma razoabilidade na angustiante certeza da morte. É um filme doloroso, mas essencial no retrato humano que estabelece. A densidade psicológica de cada personagem é devidamente explorada em diálogos que, inevitavelmente, se vão tornando isentos de esperança, acompanhados por uma encenação clássica e dorida. Podemos, facilmente, aproximá-lo de outros filmes de Moretti (sendo "O Quarto do Filho" a ligação mais óbvia), mas, seja como for, "Mia Madre" é, por si só, uma obra verdadeiramente notável, de uma beleza de cortar o fôlego (lembremo-nos daquela sequência extraordinária em que a protagonista deambula por uma fila de espetadores para assistir às "Asas do Desejo", enquanto vai reencontrando a mãe, o irmão e, até, ela própria, mais nova, assim como o namorado) e uma sobriedade admirável.
Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos
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