Avançar para o conteúdo principal
Crítica: "The Canal - Entidade Sinistra", de Ivan Kavanagh



Título Original: "The Canal"
Realização: Ivan Kavanagh
Argumento: Ivan Kavanagh
Elenco: Rupert EvansAntonia Campbell-HughesHannah Hoekstra
Género: Terror, Mistério, Thriller
Duração: 92 minutos
País: Irlanda | Reino Unido
Ano: 2014
Data De Estreia (Portugal): 21/01/2016
Classificação Etária: M/16


Imagens bizarras, barulhos estranhos, pesadelos aterradores e muita sanguinolência, nenhum destes elementos clássicos de uma fita de assombrações faltam a este "The Canal - Entidade Sinistra", quinta longa-metragem do irlandês Ivan Kavanagh (mas, a primeira a ter estreia comercial entre nós), que nos conta a história de um arquivista de cinema que suspeita que a sua esposa possa estar envolvida com outro homem, ao mesmo tempo que recebe um filme antigo de um homicídio violentíssimo que teve lugar na sua casa um século antes. O argumento, embora derivativo de outras obras similares (sendo o arrepiante "Sinister - Entidade do Mal" uma inspiração óbvia) é muito competente e o mesmo pode ser dito acerca do elenco (destaque especial para o protagonista Rupert Evans), mas o que fica na memória é a realização de Kavanagh, que apesar de estar bastante restringido pelo baixo orçamento (esta é uma pequena produção independente) consegue criar uma atmosfera de desconforto e pavor que se cola ao espetador desde o primeiro minuto. Fica o aviso, não é para gente de estômago leve, mas os fãs devotos do género têm aqui uma boa proposta que vale a pena descobrir.

Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Destroyer: Ajuste de Contas" O falhanço financeiro de um duo de produções conturbadas (“Aeon Flux” e “O Corpo de Jennifer”) remeteram Karyn Kusama a um silêncio demasiado longo. No entanto, em 2016, reencontrámo-la aos comandos de um filme francamente impressionante. Chamava-se “The Invitation” e convidava-nos a entrar na intimidade fantasmática de um homem que não conseguia ultrapassar um acontecimento traumático que o destruiu. Passou completamente ao lado do circuito comercial, contudo, tornou-se num fenómeno de culto em homevideo e deu visibilidade suficiente à sua autora para lhe permitir filmar com um orçamento mais alto (9 milhões), o apoio de um estúdio interessado em auxiliar cineastas ousados (a Annapurna) e um elenco preenchido por nomes sonantes para filmar o seu magnum opus , ou como diriam os românticos alemães do século XIX a sua Gesamtkunstwerk (“obra de arte total”). Trata-se do conto sanguinolento e melancólico de Erin Bell (Nicole Kidman). Uma
"Clímax", de Gaspar Noé Nos primeiros minutos de “Clímax” é-nos providenciado um plano aéreo de uma mulher ensanguentada a percorrer um mar de neve, eventualmente caindo prostrada no branco e nele se distendendo. É a chamada  god’s eye view , um enquadramento da visão divina, que contempla as minúsculas romagens humanas lá do alto, sempre com indiferença. Essa vista alonga-se, para encontrar uma árvore, numa panorâmica lenta que vai abrindo caminho para o horizonte, orientando-se de tal modo que coloca a rapariga no céu e, por conseguinte, Deus na terra. Ainda não terminaram os segundos iniciais da sexta longa-metragem de Gaspar Noé e o mesmo já declarou que as imagens delirantes a que seremos expostos nos seguintes 95 minutos, se encontraram num intervalo permanente e perturbante entre o olhar distante de um qualquer Deus terreno e a lógica sacralizadora de um artista em busca de sensações viscerais. Caso restem dúvidas, o ecrã é imediatamente apoderado por uma
"Juliet, Nua", de Jesse Peretz Quando uma comédia romântica funciona mesmo muito bem, dão-se dois acontecimentos intrinsecamente interligados. Primeiro, começamos a acreditar nas personagens em causa, e a reconhecermo-nos nelas. Segundo, os apontamentos humorísticos convencem-nos tão bem do ambiente de aparente ligeireza, que somos completamente surpreendidos, quando a narrativa nos confronta com temáticas sérias. Felizmente, “Juliet, Nua” constitui mesmo um desses pequenos milagres. Um olhar, simultaneamente, melancólico e hilariante sobre um trio de indivíduos, que tentam encontrar o melhor caminho possível para a felicidade, dentro das situações francamente complexas, que os “assombram”. Resumindo de maneira necessariamente esquemática, esta é a história de Annie (a sempre confiável Rose Byrne), uma mulher de meia-idade, oriunda de uma pequena vila britânica, daquelas onde nunca nada parece acontecer, que namora com o intelectual Duncan (Chris O’Dowd)