Crítica: "Ensurdecedor", de Joachim Trier
Título Original: "Louder Than Bombs"
Realização: Joachim Trier
Argumento: Joachim Trier, Eskil Vogt
Elenco: Gabriel Byrne, Isabelle Huppert, Jesse Eisenberg, Devin Druid
Género: Drama
Duração: 109 minutos
País: Noruega | França | Dinamarca | EUA
Ano: 2015
Distribuidor: Alambique Filmes
Classificação Etária: M/12
Data De Estreia (Portugal): 12/05/2016
Título Original: "Louder Than Bombs"
Realização: Joachim Trier
Argumento: Joachim Trier, Eskil Vogt
Elenco: Gabriel Byrne, Isabelle Huppert, Jesse Eisenberg, Devin Druid
Género: Drama
Duração: 109 minutos
País: Noruega | França | Dinamarca | EUA
Ano: 2015
Distribuidor: Alambique Filmes
Classificação Etária: M/12
Data De Estreia (Portugal): 12/05/2016
Algures entre a fantasia e a realidade, encontramos em "Ensurdecedor" (que vai buscar o título original, "Louder than Bombs", a um álbum dos Smiths), o mais recente trabalho do cineasta dinamarquês Joachim Trier (cujo filme anterior, "Oslo, 31 de Agosto", é uma obra-prima), um filme complexo, delicado e poético, através do qual acompanhamos um viúvo que tenta desesperadamente recuperar o contacto com os dois filhos, o mais novo um estudante de liceu, excessivamente reservado (brilhantemente encarnado por Devin Druid), e o mais velho um professor universitário (Jesse Eisenberg, numa prestação que tem tanto de subtil como de extraordinária) que regressa à casa onde cresceu para ajudar o pai e o irmão a preparar uma exposição de homenagem à sua mãe (Isabelle Huppert, magnífica como sempre), uma fotógrafa de guerra que cometera suicídio três anos antes. Estamos perante um cinema de invulgar pulsar intimista que, não desiste da riqueza das suas personagens, belissimamente desenhadas e desenvolvidas graças a um argumento (escrito por Trier e Eskil Vogt, amigo próximo e habitual colaborador seu) irrepreensível na sensibilidade, inteligência e maturidade como aborda as várias temáticas que o filme se propõe a discutir (sejam os erros involuntários do passado e a forma como nos afetam para sempre ou até a descoberta do primeiro amor). E depois há a encenação de Trier (se formos da opinião de que um filme tem de ter uma estrela, então aqui será ele), capaz de criar momentos de estranha beleza e complexidade (desde o passeio para casa depois da festa, já perto do final, passando pelo eletrizante close-up de Huppert). Está aqui um dos grandes filmes do ano.
Texto de Miguel Anjos
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