Crítica: "Um Traidor dos Nossos", de Susanna White
Título Original: "Our Kind of Traitor"
Realização: Susanna White
Argumento: Hossein Amini
Elenco: Ewan McGregor, Stellan Skarsgård, Damian Lewis, Naomie Harris
Género: Thriller
Duração: 108 minutos
País: Reino Unido | França
Ano: 2016
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/16
Data de Estreia (Portugal): 07/07/2016
Título Original: "Our Kind of Traitor"
Realização: Susanna White
Argumento: Hossein Amini
Elenco: Ewan McGregor, Stellan Skarsgård, Damian Lewis, Naomie Harris
Género: Thriller
Duração: 108 minutos
País: Reino Unido | França
Ano: 2016
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/16
Data de Estreia (Portugal): 07/07/2016
Crítica: John le Carré é um dos pouquíssimos romancistas que tem consistentemente tido alguma sorte no que às adaptações cinematográficas diz respeito. Os resultados só muito raramente atingem elevados patamares de excelência ("A Toupeira", afinadíssimo thriller do mestre sueco Thomas Alfredson, sendo o destaque óbvio nesse aspeto), mas tendem a ser de uma competência e eficácia que entretém e, às vezes, até fascina. Assim sendo, "Um Traidor dos Nossos" acaba por corresponder, exatamente, aquilo que esperaríamos dele, ou seja, uma intrigante viagem pelos labirintos da espionagem, que prima por uma sofisticação estética invejável e um sólido trabalho global do elenco. Nele, seguimos Perry (Ewan McGregor, primoroso como é habito), um académico e, a sua esposa, Gail (Naomie Harris, canastrona até não poder mais), que travam conhecimento com um mafioso russo (Stellan Skarsgård, mais uma vez a provar o seu imenso talento), que pretende que Perry contacte os serviços secretos britânicos para que lhe concedam asilo a ele e, à sua família, em troca de informações que denunciam gravíssimos casos de corrupção que atingem o coração financeiro de Londres. Susanna White (uma britânica que tem vindo a construir um impressionante currículo na televisão norte-americana), aproveita a ambiguidade da narrativa para construir um clima de incerteza e paranoia que funciona "que nem ginjas" num filme deste estilo, além do mais o argumento surpreende pela positiva ao introduzir ali no meio contornos um tanto ou quanto hitchcockianos (especialmente, no que ao seu protagonista diz respeito), que não só casam bem com este material como o complementam e melhoram.
Texto de Miguel Anjos
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