Crítica: "Misconduct - Jogos Perigosos", de Shintaro Shimosawa
Título Original: "Misconduct"
Realização: Shintaro Shimosawa
Elenco: Josh Duhamel, Al Pacino, Anthony Hopkins, Alice Eve, Malin Akerman, Byung-hun Lee, Julia Stiles, Glen Powell
Género: Drama, Thriller
Duração: 106 minutos
País: EUA
Ano: 2016
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/14
Data de Estreia (Portugal): 15/09/2016
Crítica: Não deixa de ser, no mínimo, levemente desconcertante descobrir um filme como este "Misconduct - Jogos Perigosos", como sendo alvo de um processo de secundarização que há uns anos seria impensável para um thriller adulto, com um elenco onde se incluem veteranos da "velha guarda" como Al Pacino ou Anthony Hopkins. Desta forma, acabamos por assistir a um novo exemplo da forma como o nosso mercado tem mudado nos últimos tempos, relegando para um canto produções de pequena escala como esta, como se dum "filme de nicho" se tratassem. Posto isto, importa não nos perdermos em considerações comerciais, uma vez que, apesar da óbvia falta de interesse da parte do distribuidor (que, já vem do estúdio norte-americano que pouco ou nada se importou ele, tendo preparado um lançamento quase exclusivamente apontado para DVD e VOD), estamos perante um bom exemplo de um certo cinema eminentemente comercial e adulto, na veia de títulos recentes como "A Firma" ou "Rutura" (também com Hopkins), em que acompanhamos a história de um ambicioso jovem advogado (Josh Duhamel), que ao assumir um processo contra um gigante da indústria farmacêutica, se vê enredado numa teia de atos violentos e muitos enganos. Shintaro Shimosawa, um produtor de sucesso (com títulos como "The Grudge" ou "O Eco", no seu currículo) que aqui se estreia enquanto cineasta, encena com segurança e algum experimentalismo este thriller judicial sofisticado, de estilo classicista, que é elevado por um argumento repleto de engenhosas reviravoltas (da autoria de dois habitues do cinema de terror) e um elenco de primeira água (de onde o já referido Pacino será um destaque óbvio), resultando numa fita extremamente sólida, que não reinventa o género (seria ridículo exigir isso), mas se segue com atenção e interesse.
Texto de Miguel Anjos
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