Crítica (MOTELX 2016): "February", de Osgood Perkins
Título Original: "February"
Realização: Osgood Perkins
Argumento: Osgood Perkins
Elenco: Emma Roberts, Kiernan Shipka, Lucy Boynton
Género: Terror, Thriller
Duração: 93 minutos
Título Original: "February"
Realização: Osgood Perkins
Argumento: Osgood Perkins
Elenco: Emma Roberts, Kiernan Shipka, Lucy Boynton
Género: Terror, Thriller
Duração: 93 minutos
Crítica: Nos últimos tempos, temos assistido a um fenómeno curioso, que tem consistido na estreia de um filme de terror (geralmente, uma primeira obra), que se estreia nalguns dos mais importantes festivais internacionais, onde começa a formar um certo consenso em seu torno e, quando chega às salas constitui já um dos mais celebrados e aclamados acontecimentos do ano. Foi assim com "A Casa na Floresta", "Tu És o Próximo", "O Senhor Babadook", "Vai Seguir-te", "The Witch" e "Green Room", e tudo indica que esse cenário esteja condenado a repetir-se com "February", um conto aterrador sobre o crescimento e a perda, que marca a estreia na realização do argumentista Osgood Perkins. Kat e Rose, são duas jovens estudantes de um colégio católico, que acabam por ficar sozinhas nesse mesmo local, durante um fim-de-semana depois dos seus pais se terem, aparentemente, esquecido de as ir buscar. Entretanto, uma terceira rapariga caminha em direção ao local. Se parece vago, é porque não há maneira satisfatória de resumir a história sem revelar detalhes importantes, acerca da mesma (a esse respeito, o próprio trailer que, felizmente evitamos antes do visionamento, está repleto de spoilers). Por isso, digamos apenas que aquilo que Perkins atinge neste seu primeiro trabalho seria um feito complicado até para um veterano, não estivéssemos nós perante um filme que desafia categorização, por um lado um drama intimista de partir o coração, por outro uma história de horror altamente perturbadora, que não dá tréguas, este jovem cineasta "hipnotiza", digamos assim, quem vê a sua obra com uma atmosfera de pavor e incerteza que só aumenta consoante avança a narrativa, até uma reta final chocante e estranhamente comovente. Para este processo, é necessário também o trabalho do elenco em especial de duas atrizes fabulosas, Kiernan Shipka e Emma Roberts, ambas excelentes a interpretar almas torturadas pela vida, com a primeira a emanar uma aura quase demónica que contrasta bem com a sua aparência jovem e, a segunda com uma interpretação quase silenciosa que atinge o seu auge numa reta final de cortar o fôlego. Mais, não podemos dizer (embora, queiramos muito) acerca daquele que é certamente um dos mais fascinantes e deliciosamente ambíguos (Osgood recusa-se a "fazer a papinha toda") que veremos em muito tempo.
Filme Visionado no MOTELX 2016
Texto de Miguel Anjos
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