Crítica: "O Fundador", de John Lee Hancock
Título Original: "The Founder"
Realização: John Lee Hancock
Argumento: Robert Siegel
Género: Biografia, Drama, História
Duração: 115 minutos
Distribuidor: PRIS Audiovisuais
Classificação Etária: M/12
Data de Estreia (Portugal): 16/03/2017
O conceito mais ou menos utópico do Sonho Americano, como se de um sofisticado filme de terror se tratasse. Assim, se poderia descrever com alguma simplicidade, aquilo que o cineasta John Lee Hancock e o argumentista Robert Siegel procuraram construir neste O Fundador, uma requintada análise das perversas maquinações de um universo selvagem, onde a ambição é quem mais ordena e, os valores morais pouco ou nada importam. Nele, Michael Keaton dá corpo a Ray Kroc, vendedor de máquinas de fazer batidos que, outrora se viu envolvido numa série de negócios falhados (tornando-o num alvo de chacota, entre os seus amigos mais bem-sucedidos), que numa das suas viagens comerciais depara com um restaurante familiar, gerido por dois irmãos (Nick Offerman e John Carroll Lynch) que inventaram um modelo de negócio revolucionário. Dizer mais seria estragar as peripécias que se seguem para os menos familiarizados com a história em causa e, como tal importa apenas reforçar, que ao desconstruir os primeiros anos do império McDonald's, Hancock e Siegel conseguiram encenar estes acontecimentos um tanto ou quanto desconhecidos, como uma espécie de fábula sobre o capitalismo desenfreado americano, sem perder de vista a singularidade das suas personagens. E, Keaton é simplesmente fantástico no papel deste impiedoso "vampiro" de carne e osso, que se vai alimentando do sucesso de outros para conseguir sobreviver.
8/10
Texto de Miguel Anjos
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