Crítica: "Música a Música", de Terrence Malick
Título Original: "Song To Song"
Realização: Terrence Malick
Argumento: Terrence Malick
Género: Drama
Duração: 139 minutos
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/14
Data de Estreia (Portugal): 11/05/2017
Reencontramos o cinema do norte-americano Terrence Malick, novamente a encenar os mistérios das relações humanas, entre confissões adiadas e arrependimentos vários com Música a Música. Um singularíssimo acontecimento cinematográfico, que encerra um processo criativo (assumidamente autobiográfico), iniciado no belíssimo A Árvore da Vida, que nos convida a entrar num tocante labirinto de encontros e desencontros, tendo como pano de fundo a cena musical em Austin, Texas. Estruturando a narrativa como uma espécie de puzzle intimista, segundo o qual vamos acompanhando os vários fragmentos da existência de um pequeno grupo de personagens, Malick comprova-se uma outra vez como um dos maiores humanistas contemporâneos, confiando nos seus espetadores (ele, que sempre os encarou como seres pensantes, com capacidade para seguir uma história, onde o visível e o invisível se cruzam constantemente) e deixando-se ir, ao sabor de uma sucessão de memórias, inerentemente melancólicas (e, também por isso, nostálgicas), transcendentes e belas, que é um verdadeiro mergulho no poder revelador das imagens e som (a cinematografia de Emmanuel Lubezki é, como sempre, de cortar o fôlego). Além do mais, convocando Michael Fassbender, Ryan Gosling, Rooney Mara e Natalie Portman, um extraordinário quarteto de atores, capazes das mais vulcânicas transformações interiores.
10/10
Texto de Miguel Anjos
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