Crítica: "Blackway", de Daniel Alfredson
Título
Original: "Blackway"
Realização:
Daniel Alfredson
Argumento:
Joe Gangemi, Gregory Jacobs
Elenco: Anthony Hopkins, Julia Stiles, Alexander Ludwig,
Ray Liotta
Género: Drama, Thriller
Duração:
90 minutos
Distribuidor:
Films4You
Classificação
Etária: M/16
Data de
Estreia (Portugal): 29/06/2017
Blackway é um monstro,
uma arrepiante figura amoral, que domina impiedosamente uma pequena cidade
norte-americana, permanentemente encharcada em neve, onde é costume aceitar a
alarmante incompetência das forças da lei e, os muitos crimes, que naquela zona
vão acontecendo de forma mais ou menos regular. Isto é, até ao momento que uma
mulher encontra em dois homens silenciosos e enigmáticos, candidatos
francamente inesperados para combater este triste "estado das coisas".
Podia ser um noir contemporâneo, este novo trabalho de Daniel Alfredson, mas, os
resultados são consideravelmente mais complexos, cruzando o policial
tipicamente nórdico, com um realismo contundente, que quase parece conduzir-nos
à linguagem da fábula, do conto moral. E, aí residem as mais deliciosamente
inesperadas surpresas deste belíssimo acontecimento, ou seja, na maneira como
as nossas expectativas vão sendo subvertidas, através de um argumento teimosamente
adulto e, uma realização, que é simultaneamente capaz de construir um clima de
tensão consistente e de oferecer a um elenco irrepreensível, personagens
riquíssimas, em particular, Hopkins, que tem aqui um dos momentos altos da sua
carreira, culminando num plano final de cortar o folego, permeado por um
sentimento de melancolia, que não se assemelha a nada. E, uma fita assim, não
merece ser engolida pelos ruidosos blockbusters de verão.
9/10
Texto de Miguel Anjos
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