Crítica: "Dunkirk", de Christopher Nolan
Título
Original: "Dunkirk"
Realização:
Christopher Nolan
Argumento: Christopher Nolan
Género: Drama, Guerra
Duração:
106 minutos
Distribuidor:
NOS Audiovisuais
Classificação
Etária: M/12
Data de
Estreia (Portugal): 20/07/2017
Nolan ambicionou
regressar às narrativas experimentais e fragmentadas, que marcaram o início da
sua carreira (lembremos Following ou Memento). E porque o britânico é também
um dos mais ambiciosos cineastas contemporâneos, procurou fazê-lo no contexto
de uma gigantesca produção histórica, que funcionasse simultaneamente como uma
humaníssima crónica de sobrevivência em tempos de guerra, fiel a um realismo
classicista, que desperta automaticamente memórias cinéfilas de autores como
David Lean ou Steven Spielberg e, um blockbuster atual, construído para
competir com os mais publicitados acontecimentos, que os restantes estúdios
tiverem nos seus alinhamentos. Nele, acompanhamos o decisivo dia da retirada
das tropas britânicas de Dunquerque, cidade francesa, cercada por soldados
nazis, por via de um dispositivo narrativo tripartido francamente fascinante,
que se divide entre um jovem desesperado para voltar a casa, que se vê
constantemente envolvido numa série de situações limite, um marinheiro civil,
que ruma ao malogrado local, para resgatar o maior número possível de pessoas
e, um piloto numa jornada sacrificial, que ignora uns problemas com o seu
avião, para continuar a combater pelos seus compatriotas. Tudo isto, encenado
por um mestre, capaz de construir uma tapeçaria de pequenos contos eloquentes e
tocantes (a primeira cena, reminiscente do mais clássico cinema mudo, é coisa
para nos deixar devidamente arrepiados), que impressionam e garantem a este Dunkirk um estatuto de clássico
imediato. Posto de forma inevitavelmente esquemática, o melhor filme do seu
realizador e, o mais monumentalmente belo "épico de guerra do século XXI
",
quem sabe de sempre…
10/10
Texto de Miguel Anjos
Comentários
Enviar um comentário