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A mostrar mensagens de agosto, 2017
Teaser: "Brawl In Cell Block 99", de S. Craig Zhaler
Teaser (Televisão): "Wormwood", de Errol Morris
Crítica: "Alibi.com", de Philippe Lacheau Estamos nas últimas semanas do verão cinematográfico e, como tal, é necessário começar a tirar conclusões acerca do mesmo e, que as comédias francesas contemporâneas andam muitíssimo mais consistentes, que as suas congéneres americanas assumir-se-á como uma das mais óbvias. Prova extraordinariamente conclusiva disso mesmo é a mais recente obra de Philippe Lacheau, autor de Loucura Fora de Horas e Todos Para o Sul , que conseguiu aqui mais um gigantesco sucesso de bilheteira no seu país (rendeu mais de 27 milhões) e, mais importante que isso, uma comédia hilariante, que durante uns inevitavelmente curtos 90 minutos, nunca para, colocando sempre em cena, momentos delirantes, que fluem com naturalidade de uma narrativa constantemente desenfreada (no bom sentido, isto é). Nela, seguimos uma empresa, que tem como objetivo criar situações, que funcionem enquanto "alibis" para os seus clientes, disfarçando casos de inf
Crítica: "Mean Dreams: Sonhos Perdidos", de Nathan Morlando Segunda longa-metragem do canadiano Nathan Morlando (após, uma primeira, que nunca estreou nas nossas salas) encontramos em Mean Dreams: Sonhos Perdidos , uma das mais interessantes surpresas dos últimos tempos. Essencialmente, um western contemporâneo, com ecos de Malick ( Noivos Sangrentos assume-se como uma inspiração fundamental) e Granik (pensamos na atmosfera e geografia do interior rural norte-americano, que víamos em Despojos de Inverno ), onde seguimos dois adolescentes, Jonas (Josh Wiggins, notável descoberta) e Casey (Sophie Nélisse, numa performance discretamente contundente), que fogem de um mundo cruel, com uma mala cheia de dinheiro, roubada ao agressivo pai da rapariga (Bill Paxton, aterrador numa extraordinária interpretação, a findar uma invejável carreira). Subtilmente poético e sufocantemente intenso, o filme de Morlando lentamente vai assumindo contornos quase épicos, ainda que sempre
Crítica: "O Guarda-Costas e o Assassino" ("The Hitman's Bodyguard"), de Patrick Hughes Patrick Hughes é muito claramente um apaixonado pelo cinema de ação clássico dos anos 80/90, permanentemente tentando incorporar elementos dos mais emblemáticos filmes do período em questão, nos seus. No entanto, nem sempre o tem conseguido fazer da maneira mais consistentemente interessante e, nesse sentido, O Guarda-Costas e o Assassino (em estreia, esta semana) quase parece assumir-se como uma tentativa de alcançar "redenção" aos olhos dos fãs do género, que encararam a sua última realização como uma gigantesca desilusão (falamos obviamente do subvalorizado Os Mercenários 3 ). E, aqui valerá a pena não entrarmos com ilusões, não estamos perante um objeto cinematográfico fascinante ou revolucionário, apenas uma simpática comédia de ação, elevada por uma belíssima dupla de atores, Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson, que partilham uma química quase tangível
Crítica: "Como Cães Selvagens" ("Dog Eat Dog"), de Paul Schrader Argumentista de clássicos intemporais como Taxi Driver ou O Touro Enraivecido (ambos assinados por Martin Scorsese), Paul Schrader é também um realizador permanentemente apostado em criar objetos cinematográficos contundentes, que consigam fugir às fórmulas mais convencionais, que dominam uma certa fatia da produção americana atual. Às vezes, acerta em cheio e outras falha redondamente, mas nunca parou e quase anualmente vemos novas obras suas. E, nesse sentido, encontramos Como Cães Selvagens como uma espécie de OVNI no nosso circuito comercial. Simultaneamente, uma crítica descontrolada a uma indústria politicamente incorreta e cheia de moralismos (as experiências de Schrader com os estúdios americanos não são as melhores) e uma homenagem apaixonada aos clássicos, que outrora nasceram no seu interior (pensamos numa série B, feita com alguma elegância e requinte, que floresceram nos EUA
Destaque da Semana (24/08/2017-30/08/2017): "Como Cães Selvagens" ("Dog Eat Dog"), de Paul Schrader Também em Estreia:
Trailer: "Last Flag Flying", de Richard Linklater
Martin Scorsese e Todd Phillips Unem Esforços em "The Joker" Martin Scorsese só realiza pontualmente. No entanto, é um produtor extraordinariamente prolífico. Que o digam cineastas como Ben Wheatley ou Jonas Carpignano (com quem colaborou em Free Fire e A Ciambra , recentemente), que muito necessitam de uma figura portentosa como o autor de O Lobo de Wall Street e Silêncio , para os ajudar a concretizar os seus pequenos projetos. Posto isto, certamente ninguém esperava, que um nome como Scorsese (lembremos, também um cinéfilo ávido) resolvesse juntar-se à crescente invasão de fitas de super-heróis. Isto, até ao momento em que a Warner Bros. anunciou uma nova prequela, ancorada no universo DC Comics, que pretende explorar as origens nunca antes exploradas nas bandas-desenhadas do emblemático Joker. Numa fita, que será tonalmente similar às primeiras longas-metragens de Scorsese ( Taxi Driver e O Touro Enraivecido , são citados como referências fundamentais), seg
Crítica: "Que Loucura de Noite!" ("All Nighter"), de Gavin Wiesen Certos filmes sobrevivem quase única e exclusivamente à custa dos seus elencos. E, Que Loucura de Noite será precisamente um deles. Não, que esta comédia do americano Gavin Wiesen sofra de quaisquer problemas narrativos ou cénicos, pelo contrário, estamos, isso sim, perante um cenário, que obrigatoriamente exige um grupo de atores, capazes de uma devoção completa às constantes situações rocambolescas em que o argumento de Seth W. Owen coloca as personagens. Nela, acompanhamos Martin (Emille Hirsch) e Frank (J.K. Simmons), um aspirante a músico informal e descontraído e, um burguês de classe média, pai da namorada do primeiro, que pouca ou nenhuma admiração nutre por ele. No entanto, passados seis meses, quando a rapariga desaparece misteriosamente de um momento para o outro, sem que ninguém em seu torno saiba um mínimo de detalhes acerca do sucedido, o austero Frank vê-se forçado a recrutar o
Trailer: "Little Evil", de Eli Craig
Teaser (Televisão): "Marvel's The Punisher" (Temporada 1), de Steve Lightfoot
Crítica: "Dois é Demais... Ou Talvez Não!" ("Un Profil Pour Deux", de Stéphane Robelin No panorama cinematográfico contemporâneo, parece notar-se um movimento emergente focado em contar histórias relacionadas com o envelhecimento. E, nesse sentido, o gaulês Stéphane Robelin assume-se como um cineasta particularmente interessante nessa mesma tradição. Afinal, encontramos nele, um narrador francamente habilidoso, capaz de evocar uma certa noção de realismo social humilde e sincero, que subtilmente vai sendo invadida por generosas doses de humor. Nesta sua segunda longa-metragem (antecedeu-se o muito recomendável E Se Vivêssemos Todos Juntos ), encena a complexa relação entre um viúvo solitário e misantropo, que não abandona a sua casa há dois anos e, um escritor com pouca sorte, que é contratado para o ensinar a utilizar o computador. Aulas, que se transfiguram quando o já envelhecido Pierre se apaixona loucamente por uma jovem mulher com quem trava conhec
Crítica: "A Torre Negra" ("The Dark Tower"), de Nikolaj Arcel Emblemático magnum opus do romancista norte-americano Stephen King, A Torre Negra andou preso num inferno de constantes avanços e recuos, com cineastas como J.J. Abrams ou Ron Howard a trabalharem em possíveis versões do argumento durante vários anos (o veterano Howard chegou mesmo a propor um série televisiva simultânea, que funcionasse como um complemento para a adaptação cinematográfica), mas finalmente avançou com o francamente inesperado Nikolaj Arcel aos comandos. Ele, que havia espantado o mundo com uma longa-metragem simplesmente arrebatadora, que lhe conseguiu uma nomeação aos Óscares e, colocou o seu nome no panteão de "realizadores emergentes a ter em conta" para muitos cinéfilos. Os resultados padecem de alguns problemas narrativos, que pediam uma duração mais extensa (96 minutos é muito pouco, para um contextualizar um mundo tão vasto como este), mas um elenco imenso, l
Crítica: "Wind River", de Taylor Sheridan Taylor Sheridan, argumentista de Sicario: Infiltrado e Hell or High Water (por este último, conseguiu mesmo uma nomeação ao Óscar), continua a trabalhar em pequenas produções, eternamente enraizadas numa tradição manifestamente naturalista, concebendo narrativas mais ou menos ligadas às matrizes clássicas do cinema policial, que transportam consigo sinais perturbantes da sociedade americana contemporânea. Esta semana, estreia-se como cineasta, numa longa-metragem, que é simultaneamente um thriller elegante e sofisticado, um olhar sobre as relações entre colonos e índios, eternamente assombradas pela violência de um passado nunca inteiramente resolvido e, um conto doloroso e poético, centrado nos fantasmas do luto. Nele, acompanhamos um homem solitário, que trabalha como caçador na reserva índia titular, onde conheceu a sua ex-mulher e, é reconhecido pelos locais como um membro regular daquela comunidade, apesar do contrá
Poster: "Suburbicon", de George Clooney
Crítica: "Wiener-Dog: Uma Vida de Cão", de Todd Solondz Contemporâneo de autores como James Gray ou Wes Anderson, Solondz nunca se tornou num fenómeno de popularidade como esses seus colegas e, não é muito difícil perceber o porquê. Afinal, quando entramos numa obra sua, somos expostos a um mundo novo, que às tantas é mais dolorosamente real, do que gostaríamos de admitir, onde abunda um certo humor misantrópico, que lentamente se vai tingindo de uma enorme melancolia, à medida que melhor vamos observando as vidas horríveis das suas personagens. Ora e, assim volta a acontecer com este Wiener-Dog , uma antologia à lá Solondz, composta por um quarteto de pequenos contos, onde uma cadela funciona como um símbolo de uma pureza, que um humano nunca seria capaz de possuir e, como uma testemunha silenciosa das malogradas existências das personagens, permanentemente assombradas por uma série de problemas, que vão desde a toxicodependência à progressiva degradação de laços
Destaque da Semana (17/08/2017-23/08/2017): "Wiener-Dog: Uma Vida de Cão", de Todd Solondz Também em Estreia: Em Reposição:
Poster: "Logan Lucky", de Steven Soderbergh
Poster: "Film Stars Don't Die In Liverpool", de Paul McGuigan
Clip: "Beach Rats", de Eliza Hittman
Trailer: "Gemini", de Aaron Katz
Teaser: "The Meyerowitz Stories (New and Selected)", de Noah Baumbach
Trailer: "Molly's Game", de Aaron Sorkin
Crítica: "A Vida de Uma Mulher" ("Une Vie"), de Stéphane Brizé Brizé aparentava ser um realizador das grandes questões contemporâneas, nomeadamente o emprego e o desemprego, numa conjuntura financeiramente problemática. Desta forma, compreende-se, que as reações a esta sua segunda longa-metragem tenham sido de choque e surpresa. Afinal, como passar de um contundente drama socio-realista, para uma fita de época, baseada num emblemático marco da literatura de Guy de Maupassant? Bom, como nos ensina o interessantíssimo Brizé, com muita classe. Filmando muito serenamente uma violência emocional, que se encerra nas mais insuspeitas paisagens quotidianas, captando assim a trágica odisseia de uma mulher, que quer acreditar na bondade natural do homem e de uma sociedade, que não têm interesse nenhum nela e, lentamente aniquilam todos os seus sonhos por maldade, indiferença ou mera casualidade. Se quisermos traçar paralelos com a obra anterior do cineasta ( A Lei
Crítica: "Atomic Blonde: Agente Especial", de David Leitch Contrariando a menorização dos papéis femininos, que continua a manifestar-se enquanto uma espécie de assombração sobre a Hollywood contemporânea, Charlize Theron juntou esforços com David Leitch, um estreante na longa-metragem (a curta-metragem No Good Deed antecede-se), com uma carreira longuíssima como coordenador de duplos, num dos acontecimentos mais inesperados do verão norte-americano. Nada mais, nada menos, que um thriller de espionagem, centrado no muito conturbado período, que veio a desembocar na queda do Muro de Berlim, onde se cruzam influências tão fascinantes e díspares, como Nicolas Winding Refn ou Gareth Evans. Theron assume assim a personagem desta agente especial, enviada do Reino Unido para a Alemanha, de modo a encontrar uma indesejada lista altamente confidencial roubada, onde constam as identidades dos agentes duplos das mais importantes agências secretas do ocidente, com a ajuda (ou
Trailer: "The Florida Project", de Sean Baker
Crítica: "Annabelle 2: A Criação do Mal" ("Annabelle: Creation"), de David F. Sandberg A boneca Annabelle atormentou milhões de espetadores por todo o mundo (um dos filmes mais rentáveis de 2014, lembremos), após a sua brevíssima aparição no primeiro capítulo da saga The Conjuring , a ponto de gerar um filme só seu, que não foi exatamente elogiado pela crítica (que o encarou mesmo como uma gigantesca desilusão), mas gerou suficientes fundos para garantir uma continuação. Só que, face às reações pouco encorajadoras dessa fita, James Wan, arquiteto deste universo partilhado de pequenos contos de terror, decidiu substituir John R. Leonetti por David F. Sandberg. E, em boa hora o fez, porque o cineasta sueco de Lights Out , continua a evidenciar um imenso talento para a criação de ambientes arrepiantes, habitados por personagens, que não encaixam nos clichés do costume. Nesse sentido, importa encarar Annabelle 2: A Criação do Mal , não só como uma extraordiná