Crítica: "Sorte à Logan" ("Logan Lucky"), de Steven Soderbergh
Há quatro anos atrás, Soderbergh anunciou uma reforma
precoce. Segundo ele, os grandes estúdios e os seus mecanismos castradores,
haviam-se transformado numa “assombração” constante, que não conseguira
continuar a sentir. No entanto, felizmente tudo não passava de uma estratégia temporária,
enquanto trabalhava na televisão (Por Detrás do Candelabro e The Knick, nasceram desse processo). E,
é com esta deliciosa comédia de costumes, que o vemos regressar. Essencialmente,
uma interessantíssima variação das matrizes clássicas da franquia Ocean's, trocando essas personagens
endinheiradas e requintadas, por pessoas do interior americano, com problemas financeiros
seríssimos e um sentido de comunidade muito aparente. Mais especificamente,
conhecemos um trio de irmãos (Channing Tatum, Adam Driver e Riley Keough),
descendentes de uma família que parece permanentemente atormentada por uma má
sorte quase rocambolesca, que resolvem planear um roubo muito ambicioso:
desviar as receitas das lojas locais, durante uma corrida NASCAR. E, digamos
que o resultado é um dos títulos mais agradáveis da filmografia do emblemático cineasta,
cruzando realismo social com sátira assumida e, resultando numa comédia que tem
piada e coração, subvertendo os códigos do policial e retratando de forma
exaustiva e metódica o quotidiano destes criminosos aprendizes, para isso,
confiando nos seus muito talentosos atores, em particular, num adorável Adam
Driver, reminiscente do Tim Blake Nelson de Irmão, Onde Estás?.
Argumento: Rebecca Blunt
Elenco: Channing Tatum, Adam Driver, Daniel Craig, Riley Keough
Género: Comédia
Duração: 118 minutos
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