Crítica
"Chama-me Pelo Teu Nome"
“Call me by your name, and I'll call you by
mine”, argumenta um dos amantes no culminar do êxtase que é a sensação de
querer pertencer a alguém. Isto, numa sequência que começa precisamente com um
plano dos seus corpos entrelaçados, como se se tornasse impossível averiguar
onde um começa e o outro acaba. Assim é o momento que dá título ao mais recente
filme de Luca Guadagnino que permanece como um invulgaríssimo artesão
sensorial. Alguém, capaz de evocar os mais delicados e subtis sentimentos
unicamente através das suas imagens. E, em “Chama-me Pelo Teu Nome”, foi
exatamente isso que voltou a fazer. Encenou o esplendor e a fragilidade do
impulso amoroso, envolvendo corpos e paisagens, imagens e sons, num comovente
quadro visual, que nos contagia e transfigura. Sem nunca necessitar de ceder à
mais vulgar acumulação de peripécias, o argumento do lendário James Ivory
informa a ação com um saber de mestre e, os dois protagonistas são a
personificação ideal da jubilosa exaltação da paixão que o cineasta ambiciona
retratar. Um dos grandes filmes do ano.
Realização: Luca Guadagnino
Argumento: James Ivory
Elenco:
Timothée Chalamet,
Armie Hammer, Michael Stuhlbarg
Género: Drama,
Romance
Duração: 135 minutos
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