Crítica:
"The Post"
Ainda
recentemente descobrimos “O Caso Spotlight”. Uma tentativa muito
bem-intencionada de ressuscitar uma certa tradição liberal hollywoodesca, só
mesmo para depois se olvidar daquele sentimento de urgência propulsiva e de
construir personagens de carne e osso. Por outras palavras, era bom existisse
alguém com capacidade de evocar os prazeres de algum cinema clássico, mas,
convenhamos, não é Pakula quem quer. E, precisamente no momento em que
concluíamos que o thriller jornalístico estava “morto e enterrado”, eis que
Steven Spielberg nos surpreende com um belíssimo filme à moda antiga. Chama-se
“The Post” e, tem como centro um episódio fundamental da história da imprensa.
Nomeadamente, a decisão do The Washington Post, de publicar os “Pentagon
Papers”, contribuindo decisivamente para a reavaliação pública do envolvimento
dos Estados Unidos no Vietname. O resultado é um fascinante labirinto
narrativo, capaz de evocar perturbantes paralelismos com a atualidade, com a
América de Trump e das Fake News, tudo isto filmado com a mestria de um autor
em topo de forma (a camara move-se com uma liberdade admirável) e, uma
empolgante respiração dramática, que resultam numa enriquecedora reflexão sobre
a importância da liberdade de imprensa.
Realização: Steven Spielberg
Argumento: Liz Hannah, Josh Singer
Elenco:
Meryl Streep, Tom Hanks, Sarah Paulson
Género:
Drama
Duração:
115 minutos
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