Crítica:
"Linha Fantasma"
Um conto fantasmagórico de
puro encantamento. Apenas assim, podemos descrever adequadamente a mais recente
experiência de Paul Thomas Anderson. Uma odisseia obsessiva e imperscrutável,
acerca de um aclamado costureiro, que inicia uma estranha relação com uma
empregada de mesa, que se torna a sua musa. Evocando os códigos clássicos do
romance gótico, o autor de “O Mentor” e “Haverá Sangue” reúne-se novamente com
Daniel Day-Lewis (soberbo, naquela que pode muito bem ser a sua derradeira
interpretação), para conceber um melodrama que não se parece com nenhum outro.
Aliás, à saída apetece mesmo questionar, afinal, o que está no centro de “Linha
Fantasma”. Será um olhar sobre os perigos e ilusões da masculinidade tóxica?
Uma autobiografia disfarçada de filme de época à antiga (poderíamos argumentar
que o protagonista, não mais é senão uma extensão do próprio Paul Thomas
Anderson)? Uma sátira às convenções das produções britânicas de prestígio?
Enfim, pouco o que importa o que achamos dele hoje, porque amanhã já podemos
ter outra opinião. Está aqui, um encontro com um cinema da mente, que nos
hipnotiza, seduz e desafia. À semelhança dos títulos anteriores deste mestre, é
caso para dizer que passaremos alguns anos a dissecá-lo…
Realização: Paul Thomas Anderson
Argumento: Paul Thomas Anderson
Elenco: Daniel Day-Lewis, Vicky Krieps, Lesley Manville
Género: Drama
Duração: 130 minutos
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