Crítica:
"Ready Player One: Jogador 1"
Spielberg
inventou o blockbuster contemporâneo, quando soltou um sanguinário tubarão numa
praia da Nova Inglaterra e, nas mentes de milhares de espetadores, que
continuam a descobrir o seminal “Tubarão”. Quarenta e dois anos e, imensos
filmes meramente banais depois, o autor que mais influenciou a Hollywood atual,
volta aos seus tempos áureos, num monumental acontecimento de cinema, capaz de
repensar o lugar da cultura popular na nossa sociedade, num misto de amorosa
homenagem e ácida sátira. Tudo acontece em 2045, numa América desenraizada,
empobrecida e sobrepopulada, onde um jovem sonhador ambiciona sair da difícil situação
económica em que se encontra, através de um intrincado desafio, criado por uma
mente brilhante, responsável pela conceção de um universo virtual que, se
converteu na droga corrente do “povo”. Um dos últimos verdadeiros herdeiros do
mais requintado classicismo americano, Spielberg retoma as nostálgicas matrizes
do cinema de grande aventura, numa fita visualmente estonteante, onde
encontramos algumas das mais impressionantes sequências da década (uma cena a
envolver “The Shining”, de Stanley Kubrick, fica para os anais do cinema), mas,
o que fica mesmo na memória é a forma como o autor de “Parque Jurássico” fez um
filme assumidamente paradoxal, por um lado celebrando os muitos progressos da
tecnologia e, por outro, reconhecendo os seus problemas. Afinal, não será mera coincidência,
a relevância que a genuína interação humana vai assumindo no argumento…
Simplifiquemos, um dos primeiros grandes filmes do ano!
Realização: Steven Spielberg
Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn,
Lena Waithe, T.J. Miller, Simon Pegg, Mark Rylance
Género: Aventura, Ficção-Cientifica
Duração: 140 minutos
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