Crítica: "Ammore e Malavita"
Convenhamos, que ao contemplar as
ruidosas e rotineiras campanhas publicitárias que os estúdios americanos montam
para os seus blockbusters, se torna complicado não assumir uma possível de
algum ceticismo. Como se sentíssemos que já vimos tudo antes e, que os próximos
anos, apenas têm para nos oferecer repetições temáticas, narrativas ou
estéticas. Ora, claro está, que grandes cineastas conseguem sempre
surpreender-nos, no entanto, às vezes deparamos com acontecimentos inqualificáveis,
daqueles que surgem do nada e nos seduzem por completo. “Ammore e Malavita”,
dos irmãos Manetti, conta-se mesmo entre esses filmes. Uma homenagem apaixonada
a uma improvável lista de estupendos autores mundiais (começamos com Johnnie
To, acabamos com Demy e, ainda sentimos Martone, Tarantino ou Sorrentino), onde
rumamos até ao coração do submundo do crime siciliano, onde se desenrola um
comovente conto romântico, entre Ciro e Fatima, ele um assassino contratado,
empregado por um dos mais respeitados mafiosos do local, ela uma carinhosa
enfermeira, que é colocada em perigo de vida, quando assiste ao que não devia.
Amantes confessos de algum cinema de série B, os Manetti cruzam múltiplas influencias
numa fita constantemente apostada em subverter convenções de género, que tanto
nos espanta com impressionantes (e, consistentemente, sanguinolentas)
sequencias de ação, como arrebata através dos inúmeros números musicais, resultando
numa experiência que não partilha semelhanças com nenhuma outra produção em
cartaz.
Realização: Antonio Manetti, Marco Manetti
Argumento: Michelangelo La Neve,
Antonio Manetti, Marco Manetti
Elenco: Giampaolo Morelli,
Serena Rossi, Raiz, Claudia Gerini, Carlo Buccirosso
Género: Musical, Romance, Ação
Duração: 133 minutos
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