Crítica: "Anon"
O neozelandês Andrew
Niccol permanece interessado em repensar as muitas ramificações das interações
entre humanos e máquinas. Por outras palavras, um autor possuidor de uma visão
muito característica, que sempre encarou o cinema de género como uma plataforma
para falar sobre o nosso “aqui e agora”. Tal abordagem repete-se em “Anon”,
melancólico mergulho no seio de uma sociedade futurista, onde o surgimento de
novos métodos de vigilância praticamente removeu o crime do quotidiano, mas, no
processo, condenou também a privacidade dos seus cidadãos ao esquecimento. Como
habitual no trabalho de Niccol, a narrativa nunca sente a necessidade de
recorrer aos clichés do costume, nem de fabricar situações propicias à inclusão
de sequências de ação (como tanto acontece na ficção-cientifica contemporânea),
ao invés preferindo focar-se nos olhares desolados e maneirismos subtis dos seus
protagonistas. Eis que, num panorama saturado dos mais variados excessos, surge
a hipótese de exaltar os méritos de um filme elegantemente subtil, acerca do
direito ao esquecimento.
Realização: Andrew Niccol
Argumento: Andrew Niccol
Elenco: Clive Owen, Amanda Seyfried, Colm Feore
Duração: 90 minutos
Género: Drama, Thriller
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