"Coexistir não é Fácil", de Fabrice Éboué Aquando do lançamento de "Happy End" e "A Ciambra" (ambos ainda em cartaz), falávamos acerca de um aparente "movimento", digamos assim, emergente na cinematografia europeia em explorar os temas mais complexos e marcantes do atual panorama sociopolítico. Ou seja, filmar não aquilo nos une, mas, o que nos separa. Em "Happy End" era a classe, o dinheiro (em contraponto, tudo acontecia em Calais, zona conhecida pelo elevado fluxo de refugiados). A tragédia de três gerações de uma família burguesa, que perdera a capacidade de comunicar. Em "A Ciambra" , mergulhávamos numa Calábria infernal, onde pairavam os fantasmas da raça (de um lado, os ciganos, de outro, os africanos, no meio a máfia local que usava e abusava de ambas as fações). Era um conto de monumental tristeza, que nos conduzia até um submundo, onde a vida era pré-definida à nascença, e os sonhos implacável e pront