"Green Book: Um Guia Para a Vida" A presidência de Donald Trump correspondeu a um violento sopro no castelo de cartas que é a sociedade americana, desencadeando uma multiplicidade de situações grotescas e chocantes que realçaram o estatuto do preconceito como uma ferida que ainda arde. Claro está, que os EUA não foram os únicos a embarcar numa odisseia regressiva (social, política ou moralmente falando) com um governante interessando em legitimar as piores tendências do ser humano, no entanto, apetece-nos dizer que nenhuma outra cinematografia mundial assumiu a necessidade de corporizar essa dor como a americana. De examinar o passado e entender de que forma continua a refletir o presente. Exemplo modelar disso mesmo é a mais recente longa-metragem de Peter Farrelly, “Green Book: Um Guia Para a Vida”. Um olhar melancólico e comovente sobre um episódio verídico apagado pelo tempo. Estamos em 1962. Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) é um italo-americano com poucas habil