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A mostrar mensagens de janeiro, 2019
"Green Book: Um Guia Para a Vida" A presidência de Donald Trump correspondeu a um violento sopro no castelo de cartas que é a sociedade americana, desencadeando uma multiplicidade de situações grotescas e chocantes que realçaram o estatuto do preconceito como uma ferida que ainda arde. Claro está, que os EUA não foram os únicos a embarcar numa odisseia regressiva (social, política ou moralmente falando) com um governante interessando em legitimar as piores tendências do ser humano, no entanto, apetece-nos dizer que nenhuma outra cinematografia mundial assumiu a necessidade de corporizar essa dor como a americana. De examinar o passado e entender de que forma continua a refletir o presente. Exemplo modelar disso mesmo é a mais recente longa-metragem de Peter Farrelly, “Green Book: Um Guia Para a Vida”. Um olhar melancólico e comovente sobre um episódio verídico apagado pelo tempo. Estamos em 1962. Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) é um italo-americano com poucas habil
Destaque da Semana: "Green Book: Um Guia Para a Vida"
"Glass", de M. Night Shyamalan Nunca é simples para um cineasta escapar às consequências mais ou menos perversas de possuir uma “imagem de marca”. Observe-se o caso de M. Night Shyamalan. Como continuar depois de um fenómeno como “O Sexto Sentido”, especialmente, quando um contingente da imprensa americana insiste em reduzir as nuances muito pessoais do seu trabalho às mais banais convenções do cinema de terror? Convenhamos, trata-se de um problema complexo, no entanto, o cineasta aparenta mesmo ter encontrado uma maneira interessante de o solucionar. Qual? Pois bem, recorrer a orçamentos pouco dispendiosos para filmar argumentos ousados, que procuram desconstruir as fórmulas que muitos thrillers contemporâneos insistem em seguir cegamente. Em “Glass” encontramo-lo a encerrar o seu tríptico Eastrail 177, iniciado com “O Protegido”, onde um segurança hidrofóbico descobria a sua força e invulnerabilidade, bem como uma aptidão extrassensorial para detetar pecados já
Destaque da Semana: "Glass"
"Vox Lux", de Brady Corbet Que papel desempenha o espetador nos filmes que escolhe experienciar? Porventura, assemelhar-se-á a uma pergunta meramente académica, interessante apenas para os mais obsessivos teóricos. No entanto, qualquer autor digno desse honroso título necessita de conseguir assumir uma posição perante tamanha interrogação. Uns encaram o seu público como um conjunto de participantes ativos num processo de reflexão, outros como confidentes a quem é possível comunicar até os desejos e incertezas mais obscuros. Escusado será dizer, ambas opções viáveis e potencialmente fascinantes. Contudo, o caso de Brady Corbet é outro. Aos olhos do californiano, o ato mais poderoso que pudemos levar a cabo é mesmo limitarmo-nos a ver e assumir a posição de “testemunhas”. Na sua primeira longa-metragem, “A Infância de um Líder” , guiávamo-nos pelos corredores da luxuosa residência de uma família burguesa, na Europa do Século XX, cujo quotidiano ia sendo lentamente cont
Destaque da Semana: "Vox Lux" Realização: Brady Corbet Argumento: Brady Corbet Elenco: Natalie Portman , Jude Law , Stacy Martin
"The House That Jack Built: A Casa de Jack", de Lars Von Trier Aquando da passagem de  “Melancolia”  pelo Festival de Cannes de 2011, o dinamarquês Lars Von Trier protagonizou um dos momentos mais rocambolescos da história do evento, quando confessou sentir alguma simpatia por Adolf Hitler. Acontece que, o sucedido se resumiu a uma tentativa jocosa de provocar a imprensa. No entanto, as repercussões dessa brincadeira inocente continuam mesmo a promover clivagens insuperáveis entre os seus espetadores. Nesse sentido, é expectável que alguns dos admiradores do cineasta (entre os quais nos incluímos) tentem argumentar que importará encarar  “The House that Jack Built”  (lançado com o subtítulo  "A Casa de Jack" ) somente como um “filme normal”. Contudo, apetece-nos dizer que Von Trier pretende precisamente o oposto. Porquê? Pois bem, citando o próprio autor: “O Jack sou eu, a única diferença é que não mato pessoas.” Nesse sentido, convenhamos, que  “The House
"O Cavalheiro com Arma", de David Lowery Quem conhecer o cinema do americano David Lowery, certamente, reconhecerá nele um representante de uma certa corrente humanista que encontra as suas raízes no trabalho de autores como Terrence Malick ou Richard Linklater. No entanto, o texano possui uma outra paixão cinéfila: os westerns. Aqueles contos sanguinolentos de heróis incorruptiveis que lutavam contra as instituições que os oprimiam. Contudo, os seus filmes sempre foram mais contemplativos e menos contestatários, por exemplo, veja-se o comovente “História de um Fantasma” , olhar melancólico sobre a condição humana em tom fantasmático. Acontece que, tudo muda no estonteante “O Cavalheiro com Arma” . Um melodrama gentil, que reinventa Robert Redford como um charmoso e simpatiquíssimo cowboy contemporâneo, que rouba bancos, não por necessidade, mas por prazer. Chamou-se Forrest Tucker (1920-2004), escapou 16 vezes de diferentes recintos prisionais e nunca perdeu a e
Destaque da Semana: "O Cavalheiro com Arma" Realização: David Lowery Argumento: David Lowery Elenco: Robert Redford , Casey Affleck , Sissy Spacek
10 Filmes Para Lembrar 2018 1 - "Call Me By Your Name" ("Chama-me Pelo Teu Nome"), de Luca Guadagnino 2 - "Suspiria", de Luca Guadagnino 3 - "Mudbound: As Lamas do Mississípi", de Dee Rees 4 - "Lady Bird", de Greta Gerwig 5 - "Tully", de Jason Reitman 6 - "BlackKklansman: O Infiltrado", de Spike Lee 7 - "Nunca Estiveste Aqui" ("You Were Never Really Here"), de Lynne Ramsay 8 - "Três Cartazes à Beira da Estrada" ("Three Billboards Outside Ebbing, Missouri"), de Martin McDonagh 9 - "O Sacrifício de um Cervo Sagrado" ("The Killing of a Sacred Deer"), de Yorgos Lanthimos 10 - "Sete Estranhos no El Royale" ("Bad Times at the El Royale"), de Drew Goddard