"Rocketman", de Dexter Fletcher Há muitos anos que Hollywood ambicionava construir um filme em torno da figura de Elton John. No entanto, o músico exigia um certo nível de controlo. “Não vivi uma vida para menores de 12 anos e quero ser honesto acerca disso.” Disse o mesmo em Cannes, quando “Rocketman” foi apresentado ao público, de certa maneira, referindo-se ao lamentável caso de “Bohemian Rhapsody”, que pintava um retrato nada fiel da vida de Freddy Mercury, pronto a ser comercializado e vendido como um evento para toda a família. Ora, Dexter Fletcher, cineasta de “Rocketman”, evita todas as armadilhas em que o filme de Bryan Singer caia, escolhendo encenar as vivências do cantor britânico como um musical à moda antiga, onde a narrativa se encontra em perfeita comunhão com a sua música. Nesse sentido, deparamo-nos com um objeto estranhamente sedutor que parece existir como um paradoxo. Por um lado, é um exemplo modelar de um certo modelo de cinema espectáculo,