"Domino" ("A Hora da Vingança"), de Brian De Palma Tornou-se impossível escapar à crueldade da ironia: os autores que fizeram as “novas vagas” mundiais dos anos 60 e 70 são hoje os burgueses acomodados contra os quais se ergueram outrora, como se se tivessem conformado a um destino no qual já não se conseguem empenhar. Felizmente, ainda podemos depositar a nossa confiança nos últimos moicanos da Nova Hollywood. Gente como Martin Scorsese, Peter Bogdanovich, Paul Schrader ou Brian De Palma. Posto isto, convenhamos, que no mercado contemporâneo nenhum deles tem conseguido convencer os estúdios norte-americanos a providenciar-lhes financiamento necessário para filmar as suas obras. No caso de Scorsese tal condição forçou-o a virar-se para o universo das plataformas de streaming (em 2019, duas longas-metragens suas estrearam-se na Netflix) no de Bogdanovich conduziu-o a uma reforma antecipada e enquanto Schrader encontrou uma segunda vida num cinema experimentali