"Knives Out: Todos são Suspeitos", de Rian Johnson Rian Johnson nunca escondeu o que entusiasmava. Isto é, convocar cenários e personagens profundamente enraizadas em certas linguagens narrativas e desconstrui-las política e filosoficamente. Em “Knives Out: Todos são Suspeitos”, o realizador de “Brick” (conto melancólico que se apropriava dos códigos do noir , para falar acerca da dolorosa entrada na idade adulta) e “Looper: Reflexo Assassino” (onde se revisitavam as viagens no tempo à luz das preocupações de Friedrich Nietzsche), encena aquilo a que os anglo-saxónicos chamam de whodunit . Um modelo de narrativa policial, centrado no processo de investigação de um homicídio, que tende a confrontar um detetive com peculiaridades sempre muito bem delineadas com uma vasta galeria de suspeitos (pensemos nos romances de Agatha Christie, como exemplo). No entanto, Johnson tem pouco interesse nas inúmeras reviravoltas que pautam o seu guião, preferindo utilizar as convenções