Em 2015, Osgood Perkins inspirou-se na depressão em que caiu depois do falecimento dos pais, para encenar “The Blackcoat's Daughter” (ou “February” o seu título alternativo), uma meditação sobre as consequências psicológicas da perda e as dores do crescimento, com um enquadramento satânico. Tratava-se de um filme admirável, que vinha mesmo proclamar Perkins como um nome que valia a pena acompanhar. Passados cinco anos, recebemos “Gretel & Hansel”, uma adaptação do conto dos Irmãos Grimm, que ambiciona regressar às raízes mais obscuras do mesmo, no processo, evitando os enfeites delicodoces que vieram a aligeirar estas fábulas com o passar do tempo. Assim, começamos com um pronúncio de morte e um ambiente pesado, quando Gretel rejeita a posição de escrava sexual de um nobre local e, portanto, é expulsa de casa, com Hansel, pela progenitora enlouquecida, que os ameaça a ambos com um machado (se está a pensar em reunir a família, talvez, já tenha entendido que é melhor esperar