Bonello é um "caso" pouco convencional. Os seus filmes permanecem circunscritos a um circuito tremendamente limitado, aliás, em Portugal, apenas quatro conseguiram estreia comercial, "L'Apollonide - Memórias de um Bordel", "Saint Laurent" e "A Criança Zombie". Encontramo-lo frequentemente no alinhamento dos mais sonantes festivais de cinema mundiais, no entanto, quase nunca o vemos na competição principal desses mesmos certames. Não é que isso signifique muito, mas consubstancia a ideia de que Bonello é uma "carta fora do baralho" com a qual ninguém sabe muito bem o que fazer, onde o arrumar. Se calhar, por isso mesmo, tornou-se num dos mais influentes autores do panorama contemporâneo. Subitamente, tornou-se normal ver jovens cineastas a mencioná-lo como uma inspiração e, em jeito de culminar dessa ascensão, eis que deparamos com o seu filme mais ambicioso e, não adianta escondê-lo, porque é fútil conter o entusiasmo, a sua obra-pr...