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A mostrar mensagens de outubro, 2019
Destaque da Semana: Outras Estreias:
"Equipa de Assalto", de Dan Krauss Aquando do lançamento de “The House That Jack Built”, a Leopardo Filmes organizou um pequeno ciclo (constituído por oito longas-metragens que iam de Tarantino a Haneke), intitulado “Uma História da Violência (No Cinema): Alguns Exemplos”. Estávamos em janeiro e ainda só conseguíamos especular acerca dos filmes que mais interesse suscitavam em nós nos próximos meses, logo não suspeitávamos sequer da improvável importância dessa mostra, no entanto, à medida que vamos folheando as últimas páginas de 2019, apetece-nos perguntar o seguinte: terá este sido o ano da violência? Enfim, convenhamos, que uma pergunta assim tão generalista não pode nunca obter uma resposta concreta e credível, contudo, parece-nos impossível ignorar a forma perversa como as mais variadas narrativas que temos acompanhado, vão sendo contaminadas pelas sementes muito cruéis da brutalidade. Pensemos na sociedade apática que levou Arthur Fleck à loucura em “Joker”, na
"Mutant Blast", de Fernando Alle Por razões mais ou menos óbvias, a produção cinematográfica portuguesa é limitada (não existem recursos para mais), como tal, nunca sabemos se uma curta-metragem (muito boa ou muito má, não é essa a questão) representará o início de uma filmografia ou uma tentativa única de concretizar um sonho antigo. “Banana Motherfucker”, convenhamos, não era a primeira incursão de Fernando Alle no métier (antecedeu-se o fenómeno de culto “Papá Wrestling”), no entanto, correspondia a uma sublimação máxima da linguagem trash à lá Troma, porventura, aliada à adição do corealizador Pedro Florêncio. Ora, ninguém diria à altura, que o segundo tentaria procurar uma carreira no campo do documentá rio, claramente influenciada pelo trabalho do americano Frederick Wiseman, contudo, não nos parece surpreendente que Alle tenha escolhido continuar o trabalho que iniciara no passado com a primeira longa portuguesa que podemos encaixar firmemente no departamento do
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"Maya", de  Mia Hansen-Løve Num dos primeiros momentos da sexta longa-metragem de Mia Hansen-Løve, um psiquiatra pergunta ao protagonista Gabriel (Roman Kolinka), recentemente libertado de um traumático cativeiro na Síria, se considera frequentar sessões com um psicólogo, de maneira a tentar recuperar mais rapidamente do sucedido e a resposta paradoxal que recebe sintetiza todo o cinema da francesa. Diz ele, um jornalista, que as palavras existem apenas para descrever situações concretas e tangíveis e, por conseguinte, não há nenhuma razão para perder tempo a discorrer sobre o que sofreu. Acontece que, também Hansen-Løve, cujo cinema possui contornos admitidamente biográficos, parece não se contentar somente com a ideia de relatar um momento especifico ou uma qualquer história, ao invés os seus filmes são melodramas delicados e aparentemente desprovidos de conceitos tradicionais como uma estrutura convencional, durante os quais somos convidados a entrar na esfera inti
"Projeto Gemini", de Ang Lee À medida que envelhecem e começam a entender que os seus dias áureos se encontram no passado, múltiplos autores resolvem encenar narrativos centrados na obsolescência. Olhares desencantados sobre pessoas que sentem que o mundo as vai deixar para trás. Martin Scorsese fê-lo no vindouro “O Irlandês” (brevemente na Netflix), Pedro Almodovár repensou a sua existência no contundente “Dor e Glória” (ainda em exibição nos cinemas portugueses) e até Darren Aronofsky reavaliou o ego no alegórico “Mãe” (quem quiser descobrir ou redescobri-lo pode fazê-lo em homevideo). De certa maneira, Ang Lee percorre o mesmo caminho em “Projeto Gemini”, retomando o mesmo conceito que parece ocupar o centro de todas as longas-metragens mencionadas. Isto é, uma personagem que vê o seu quotidiano ameaçado pelo surgimento de uma qualquer situação que a força a confrontar as convulsões do seu passado. No entanto, Lee introduz um elemento paradoxal no que aparentava s
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"Joker", de Todd Phillips Os super-heróis e as suas aventuras tornaram-se no modelo de entretenimento corrente mais popular entre os espetadores que procuram no cinema uma maneira de escapar à realidade. No entanto, o que aconteceria se um cineasta pegasse nesse universo fantasioso e o trouxesse para o nosso, no processo, convertendo o quotidiano das personagens nascidas nos livros de banda-desenhada num espelho que nos pode ajudar a questionar e entender a nossa realidade? Pois bem, foi precisamente isso que Todd Phillips fez com o seu "Joker", uma reinterpretação da emblemática figura titular, que imagina o antagonista de Batman como um homem solitário, que ambiciona trazer alegria ao mundo, contudo, a perturbação que lhe tolda a mente, a forma perversa como é tratado (e, muitas vezes, abusado) por quem o rodeia e o caos que vê em seu redor começam a puxá-lo para um caminho mais insidioso, que o verá a transformar-se no símbolo de uma revolução anárquica
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