Crítica: "Lady Macbeth", de William Oldroyd
Título
Original: "Lady Macbeth"
Realização: William Oldroyd
Argumento: Alice Birch
Elenco: Florence Pugh, Cosmo Jarvis, Paul Hilton
Género: Drama, Thriller
Duração:
89 minutos
Distribuidor:
Alambique Filmes
Classificação
Etária: M/16
Data de
Estreia (Portugal): 20/07/2017
Era uma vez, uma
jovem forçada a um casamento de conveniência com um homem muito mais velho e
pouco amoroso, que repentinamente se vê confinada a uma mansão um tanto austera
nos ermos da província britânica. É uma premissa francamente comum, que todos
já encontramos em contos góticos e/ou românticos, como Jane Eyre, Rebecca ou O Monte dos Vendavais (se quisermos um
exemplo mais recente, podemos mesmo mencionar uma fascinante experiencia
cinematográfica de Guillermo Del Toro, A
Colina Vermelha), mas, nas experientes mãos do encenador teatral William
Oldroyd (aqui a transpor para o grande ecrã, um romance do russo Nikolai
Leskov), Lady Macbeth constitui algo
completamente novo, essencialmente, uma subversão constante das mais
convencionais narrativas acerca de donzelas em perigo. É que, o cineasta
resolveu encarar esta tapeçaria narrativa clássica com um olhar moderno e, teve
a inteligência de nunca julgar a sua protagonista (por mais questionáveis, que
possam ser as suas ações), limitando-se a observar meticulosamente e com uma
atmosfera, que se aproxima do cinema de terror, o entediante quotidiano de uma
mulher, que lentamente vai passando de submissa a dominadora e, nesse processo,
a atriz Florence Pugh é simplesmente maravilhosa, encarnando na perfeição a
figura da rapariga, que quando condenada a uma exasperante solidão, decide
cometer os mais hediondos atos para se libertar das amarras sociais, que a
oprimem e sufocam. Estupenda primeira longa-metragem, fabulosa interpretação e,
um acontecimento a não perder.
9/10
Texto de Miguel Anjos
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