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Crítica: "Focus", de Glenn Ficarra, John Requa



Título Original: "Focus"
Realização: Glenn Ficarra, John Requa
Argumento: Glenn Ficarra, John Requa
Elenco: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Género: Comédia, Crime, Drama
Duração: 105 minutos

Will Smith é Nicky Spurgeon, um vigarista profissional que decide ajudar Jess (Margot Robbie), uma jovem e atraente burlona a aprimorar as suas capacidades e a vingar no mundo do crime. Mas quando a sua relação começa a tornar-se demasiado íntima, ele afasta-se sem explicações, deixando-a profundamente magoada. Três anos passados, Jess e Nicky reencontram-se casualmente em Buenos Aires (Argentina) e Nicky descobre que ela se tornou numa criminosa de sucesso e que agora está envolvida no mundo das apostas de corridas de carros. A antiga aprendiz vai agora deixar-se envolver no mais recente esquema fraudulento de Nicky... Mas apenas para o deixar fora de jogo.

"Focus" pode ser dividido em duas partes, a primeira funciona como uma espécie de história de iniciação ao mundo do crime e esquemas em que vivem os protagonistas, enquanto que a segunda avança três anos para concretizar todas as ideias que nos foram apresentadas na secção anterior em breves deixas e/ou pequenas histórias. Trata-se de um curioso mecanismo narrativo do qual a dupla de cineastas Glenn Ficarra e John Requa ("Eu Amo-te Phillip Morris""Amor, Estúpido e Louco") tira o máximo proveito, criando assim um thriller sofisticado e intrincado, ancorado por um argumento bem construído e um elenco em topo de forma. David Mamet ficaria orgulhoso...

Miguel Anjos

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