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Crítica: "Pixels", de Chris Columbus




É já uma das boas surpresas do ano, "Pixels" de Chris Columbus (autor de títulos como "Sozinho Em Casa", "Papá Para Sempre" ou "Harry Potter E A Pedra Filosofal"), uma divertidíssima comédia de ação/aventura, que procura despertar um certo sentimento de nostalgia pelos jogos de vídeo clássicos do início dos anos 80, como Pac-Man, Frogger, Donkey Kong, Centipede, Galaga ou até Tetris. Na base de tudo está uma mensagem enviada para o espaço no tempo de Ronald Reagan, a qual foi mal interpretada e confundida por uma raça alienígena como uma declaração de guerra. Quando confrontado com essa ameaça o presidente dos EUA (Kevin James) percebe que a única forma de derrotar esta nova ameaça é reunir uma equipa de corajosos nerds (Adam Sandler e Josh Gad, ambos com mais piada do que é habitual, e Peter Dinklage, um secundário que "rouba" todas as cenas em que aparece), especializados em videojogos clássicos e utilizar o seu conhecimento para salvar a humanidade. Baseado numa curta-metragem de grande sucesso (que por cá passou na edição de 2011 do IndieLisboa), "Pixels" não será uma obra-prima, mas o seu sentido de humor delirante (repleto de referências delíciosas à cultura nerd) e genica constante fazem do seu visionamento uma proposta verdadeiramente irrecusável.

8/10
Miguel Anjos

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