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Crítica: "X-Men: Apocalipse", de Bryan Singer


Título Original: "X-Men: Apocalypse"
Realização: Bryan Singer
Argumento: Simon KinbergBryan SingerMichael DoughertyDan Harris
Elenco: James McAvoyMichael FassbenderJennifer LawrenceNicholas HoultOscar IsaacRose ByrneEvan PetersJosh HelmanSophie TurnerTye SheridanLucas TillKodi Smit-McPhee
Género: Ação, Aventura, Ficção-Científica
Duração: 144 minutos
País: EUA
Ano: 2016
Distribuidor: Big Picture
Classificação Etária: M/12
Data De Estreia (Portugal): 19/05/2016

Visto estarmos a falar de uma grande produção de super-heróis (que, como já se tornou hábito, chega às salas de cinema internacionais carregada de hype, pelo que se prevêm resultados monstruosos nas bilheteiras), sinto que o mais apropriado é iniciar esta crítica com uma afirmação devidamente bombástica: "X-Men: Apocalipse" é bastante superior a "Capitão América: Guerra Civil" (que, sendo um excelente filme durante a maior parte do tempo, perde-se nos últimos quinze minutos num final para esquecer). Ora, aqui está um comic book movie denso e intenso, com um vilão que impõe respeito (encarnado pelo enorme Oscar Isaac, numa composição brilhante), com verdadeiros debates ideológicos (que, à semelhança dos efeitos visuais, já se tornaram numa parte fulcral destes filmes), personagens carismáticas (ajuda ter gente tão talentosa quanto James McAvoy, Michael Fassbender ou Tye Sheridan) e uma história bem construída que sabe conjugar comédia, drama (com uma forte componente trágica) e ação com notável mestria. A narrativa tem lugar dez anos depois do capítulo anterior, quando Apocalipse (Isaac), o primeiro e o mais poderoso dos mutantes, acorda de um sono profundo e fica desiludido ao ver aquilo em que o mundo se tornou. Para alterar o curso das coisas, recruta poderosos mutantes para purificar a humanidade e criar uma nova ordem mundial. Caberá aos X-Men mudar isso. Com um sentido de humor afinadíssimo (que, funciona bem em pequenas doses e nunca atrapalha os momentos mais dramáticos) e um elenco magnífico (Fassbender, já referido acima, tem momentos fabulosos), o cineasta Bryan Singer (na sua terceira incursão pelo franchise) cria um filme ambicioso, empolgante e muito divertido (as cenas de Quicksilver continuam a ser geniais), que se conta entre os melhores momentos da saga.

Texto de Miguel Anjos

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