Crítica: "T2: Trainspotting", de Danny Boyle
Título Original: "T2: Trainspotting"
Realização: Danny Boyle
Argumento: John Hodge
Elenco: Ewan McGregor, Johnny Lee Miller, Ewen Bremmer, Robert Carlyle, Kelly Macdonald, Anjela Nedyalkova
Género: Drama
Duração: 117 minutos
Distribuidor: Big Picture Films
Classificação Etária: M/16
Data de Estreia (Portugal): 23/02/2017
Quando Danny Boyle (que temos na conta do melhor cineasta britânico contemporâneo) e John Hodge fizeram "Trainspotting", tendo por base o romance com o mesmo nome de Irvine Welsh (um autor que muitos consideravam inadaptável), o resultado correspondeu a um daqueles objetos cinematográficos capazes de alcançar um impacto comercial, mas sobretudo uma certa ressonância simbólica que rapidamente o transformou num grande fenómeno de culto, cuja influência ainda pode ser visceralmente sentida nos dias de hoje. O filme (para os que passaram os últimos 20 anos debaixo de uma pedra, ou presos numa caverna) acompanhava um quarteto de amigos toxicodependentes na Escócia, tudo num ousado e contagiante cruzamento entre as irreverentes marcas estéticas a que Boyle nos habitou com as marcas cruéis de um realismo social que é muito britânico. Passados vinte anos, regressamos a esse universo febril numa continuação melancólica sobre o que ficou depois do tempo passar, onde reencontramos Mark Renton, Simon, Spud e Begbie agora nos seus quarenta e seis anos e, como alguém constata a certo ponto a fazerem turismo nostálgico pelas suas pelos seus tempos de juventude. É um drama amargo, mas deveras tocante sobre o crescimento (ou, será mais correto o envelhecimento?), com um sentido de humor desencantado que é absolutamente certeiro e uma banda-sonora maravilhosa, tudo isto claro está aliado a um cineasta em estado de graça que quis voltar ao sitio onde foi feliz e conseguiu, mais do que isso não podíamos pedir.
10/10
Texto de Miguel Anjos
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