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Crítica: "Star Wars: Os Últimos Jedi" ("Star Wars: The Last Jedi"), de Rian Johnson



Mencionemos o nome de Rian Johnson. O homem que assina a segunda aventura da terceira trilogia do universo “Star Wars” e, no processo, conseguiu mesmo uma proeza impressionante. Conceber 152 minutos de puro encantamento, onde tanto rimos, como choramos (e, ocasionalmente, até sentimos consideramos aplaudir). Isto, sem nunca ceder aos clichés, nem cair na repetição (“O Despertar da Força”, episódio anterior de J.J. Abrams, era impossivelmente charmoso, mas a narrativa limitava-se a reciclar “Uma Nova Esperança”). “Os Últimos Jedi” é um espetáculo cinematográfico monumental, com intensidade trágica e, quantias sempre muito bem doseadas de um sentido de humor infalível. Também aí, reside uma das mais interessantes virtudes do trabalho de Johnson, as suas narrativas levam-se a sério e, no entanto, isso nunca as impede de entraram por caminhos menos “pesadões”, aqui cruzam-se múltiplos tons e todos se complementam entre si, perfazendo um daqueles filmes que nos marcam e assombram. E, deixamos dito, está aqui a mais estonteante sequência de ação de toda a franquia. Em 2017, o Natal antecipou-se.


Realização: Rian Johnson
Argumento: Rian Johnson
Género: Aventura, Ficção-Cientifica
Duração: 152 minutos

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