Avançar para o conteúdo principal
Crítica: O Gangue Do Parque (The Nut Job), de Peter Lepeniotis


Sejamos sinceros, cada vez mais hoje em dia, a animação se apresenta como um dos melhores e mais consistentes géneros no mundo do cinema. Graças a obras (e respetivas sequelas) como "Toy Story", "Como Treinares O Teu Dragão", "Gru - O Maldisposto", entre outras. Todas elas tão recomendáveis, quanto a maioria da concorrência de imagem-real. "O Gangue Do Parque" embora não tenha, por exemplo, a profundidade e humanidade de um "Toy Story" funciona por partir de uma ideia inteligente: fazer um
heist movie (uma obra que gira em volta de uma ou mais pessoas que tentam realizar um golpe), mas no reino da animação.
E a verdade, aquilo que mais surpreende no filme de Lepeniotis é a forma como este consegue criar uma obra que tem tanto para agradar aos mais novos como aos mais velhos, pois ao contrário de alguns filmes de animação menores, que ultimamente também cá têm chegado (os filmes do leão Max, feitos para vender gelados são um dos exemplos mais flagrantes), "O Gangue Do Parque" respeita a sua audiência ao ponto de lhes oferecer uma obra inteligente, que não se se estupidifica ou reduz a meras infantilidades por ser (maioritariamente) direcionada  a crianças, criando assim uma história heist clássica (e, no entanto, inovadora devido à forma como é apresentada) com todos os twists pelos quais esse subgénero é conhecido, e conseguindo sempre manter um sorriso na cara do espetador com alguns bons momentos de humor.
Merecedora ainda de destaque é a qualidade da animação apresentada por esta co-produção entre o Canadá e a Coreia do Sul, que mesmo tendo em conta o seu baixo orçamento (especialmente para um filme de animação, que geralmente são produzidos por valores exorbitantes) em nada fica atrás das grandes produções a que os estúdios americanos nos têm vindo a habituar.
No todo "O Gangue Do Parque", é uma hilariante comédia, que apresenta uma interessante subversão do habitual heist movie que é tão recomendável a crianças como a adultos.
Sem dúvida alguma um dos melhores "pedaços" de entretenimento familiar do ano.
7/10

Comentários

  1. Gostei imenso Miguel. É um filme super divertido para todas as idades. A não perder.

    ResponderEliminar
  2. Antes de vê-la ler alguns comentários onde não catalogadas em tudo um bom filme, mas pessoalmente eu gostei. Eu acho que The Nut Job , é um filme para crianças e adultos rir com a história, enquanto que a próxima mensagem é para as crianças.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Destaque da Semana: "Agradar, Amar e Correr Depressa", de Christophe Honoré (Exclusivo Medeia Filmes) Outras Estreias: "The Beach Bum: A Vida Numa Boa", de Harmony Korine "Guerra Sem Quartel", de Lior Geller "O Intruso", de Deon Taylor "Um Ato de Fé", de Roxann Dawson "Pokémon: Detetive Pikachu", de Rob Letterman "Lucia Cheia de Graça", de Gianni Zanasi (Exclusivo UCI Cinemas) "Vida por Vida", de Frédéric Tellier "O Enigma da Rosa", de Josué Ramos (Exclusivo CinemaCity) "Onda de Crimes", de Gracia Querejeta (Exclusivo CinemaCity) "Diana", de Alejo Moreno (Exclusivo CinemaCity) "Devota com Pouca Sorte", de Marta Díaz de Lope Díaz (Exclusivo CinemaCity) "Hotel Império", de Ivo M. Ferreira Estreia a 11/05/2019: "Risk", de
"Juliet, Nua", de Jesse Peretz Quando uma comédia romântica funciona mesmo muito bem, dão-se dois acontecimentos intrinsecamente interligados. Primeiro, começamos a acreditar nas personagens em causa, e a reconhecermo-nos nelas. Segundo, os apontamentos humorísticos convencem-nos tão bem do ambiente de aparente ligeireza, que somos completamente surpreendidos, quando a narrativa nos confronta com temáticas sérias. Felizmente, “Juliet, Nua” constitui mesmo um desses pequenos milagres. Um olhar, simultaneamente, melancólico e hilariante sobre um trio de indivíduos, que tentam encontrar o melhor caminho possível para a felicidade, dentro das situações francamente complexas, que os “assombram”. Resumindo de maneira necessariamente esquemática, esta é a história de Annie (a sempre confiável Rose Byrne), uma mulher de meia-idade, oriunda de uma pequena vila britânica, daquelas onde nunca nada parece acontecer, que namora com o intelectual Duncan (Chris O’Dowd)

CRÍTICA - "THE APPRENTICE - A HISTÓRIA DE TRUMP"

"The Apprentice", em Portugal, acompanhado pelo subtítulo "A História de Trump", tornou-se num dos filmes mais mediáticos do ano antes de ser revelado ao público, em maio, no Festival de Cannes, "poiso" habitual do seu autor, o iraniano-sueco-dinamarquês Ali Abbasi. De facto, os tabloides tiveram muito por onde pegar, houve um apoiante de Donald Trump que, inconscientemente, terá sido um dos financiadores de "The Apprentice" (só podemos especular que terá assumido que o filme se tratava de uma hagiografia, de pendor propagandístico), a campanha de boicote que Trump e a sua comitiva lançaram contra o filme, a dificuldade de encontrar um distribuidor no mercado norte-americano (nenhum estúdio quer ter um possível Presidente como inimigo), etc. A polémica vale o que vale (nada), ainda que, inevitavelmente, contribua para providenciar um ar de choque a "The Apprentice", afinal, como exclamam (corretamente) muitos dos materiais promocionais