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Crítica (MOTELx 2015): "Extinction", de Miguel Ángel Vivas



Realização: Miguel Ángel Vivas
Argumento: Alberto MariniMiguel Ángel Vivas
Elenco: Matthew Fox, Jeffrey Donovan, Quinn McColganValeria Vereau, Clara Lago
Género: Drama/Terror/Ficção-Científica
Duração: 110 Minutos
Site Oficial | IMDB

Depois de ter assinado a curta-metragem portuguesa de zombies "I’ll See You in my Dreams" e o thriller "Kidnapped", o cineasta catalão Miguel Ángel Vivas, regressa ao festival que o viu crescer enquanto artista com uma obra invulgar (no bom sentido): "Extinction", um fascinante melodrama sobre a paternidade, "disfarçado" de filme de zombies. A ação tem lugar nove anos depois de uma infeção transformar a maior parte da humanidade em criaturas selvagens e ininteligentes. Patrick, Jack e a filha Lu sobrevivem sozinhos na localidade de Harmony, um pequeno refúgio coberto de neves perenes. Alguma coisa terrível aconteceu entre Patrick e Jack que os fez odiarem-se profundamente. Mas quando os infetados reaparecem é necessário deixar o rancor para trás, para conseguirem sobreviver e proteger o mais importante: a pequena Lu.

Baseado no livro "Y pese a todo...", "Extinction" é uma das boas surpresas desta edição do MOTELx, uma obra interessante e bem escrita, que apesar de alguns ocasionais momentos de gore (em especial a cena inicial), está mais preocupada em explorar as suas personagens (os conflitos morais com que estes dois homens se deparam são o verdadeiro "horror" do filme, não os zombies), do que em encenar elaboradas sequências de ação (embora haja um magnífico confronto final, que foi recebido com aplausos, por parte do público presente na sessão).

Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos

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