Avançar para o conteúdo principal
Crítica (MOTELx 2015): "Gokudou daisensou" ("Yakuza Apocalypse: The Great War of the Underworld"), de Takashi Miike



Realização: Takashi Miike
Argumento: Yoshitaka Yamaguchi
Elenco: Hayato Ichihara, Yayan RuhianRirî Furankî
Género: Ação/Terror
Duração: 125 Minutos
Facebook Oficial | Site Oficial | IMDB

Figura mais ou menos omnipresente no MOTELx com obras suas ou dos seus discípulos, Takashi Miike ("Audition", "Ichi the Killer", "13 Assassins") volta a marcar presença no certame com "Yakuza Apocalypse: The Great War of the Underworld", uma obra extravagante que procura capturar o espírito do V-Cinema (filmes de baixo orçamento, rodados para o dinâmico mercado vídeo japonês), onde o realizador iniciou a sua carreira. No violento universo Yakuza, não há ninguém mais lendário e temido que o patrão Kamiura. Poucos sabem o segredo por detrás do seu poder: ele é um vampiro! Dentro do seu gangue, destaca-se também o fiel Kageyama, ridicularizado pelos outros por não querer tatuar-se. Um dia, dois assassinos que conhecem o segredo de Kamiura, preparam-lhe uma emboscada. Num último suspiro, Kamiura morde o pescoço de Kageyama.

Sinopse estranha? Comparada com o que se passa no ecrã até é bem banal. "Yakuza Apocalypse: The Great War of the Underworld" é das fitas mais bizarras e nonsense que se têm visto no festival. É certo, não será para todos os gostos, mas para quem estiver disposto a entrar no universo demente de Miike, repleto de personagens estranhas (um dos grandes vilões do filme é um homem-rã, sim é esse tipo de filme), peripécias inacreditáveis e tantas outras coisas inexplicáveis, tem pela frente duas horas de entretenimento desenfreado, que reúne todas as condições para se tornar num clássico de culto.


Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos

Comentários

Mensagens populares deste blogue

CRÍTICA - "THE APPRENTICE - A HISTÓRIA DE TRUMP"

"The Apprentice", em Portugal, acompanhado pelo subtítulo "A História de Trump", tornou-se num dos filmes mais mediáticos do ano antes de ser revelado ao público, em maio, no Festival de Cannes, "poiso" habitual do seu autor, o iraniano-sueco-dinamarquês Ali Abbasi. De facto, os tabloides tiveram muito por onde pegar, houve um apoiante de Donald Trump que, inconscientemente, terá sido um dos financiadores de "The Apprentice" (só podemos especular que terá assumido que o filme se tratava de uma hagiografia, de pendor propagandístico), a campanha de boicote que Trump e a sua comitiva lançaram contra o filme, a dificuldade de encontrar um distribuidor no mercado norte-americano (nenhum estúdio quer ter um possível Presidente como inimigo), etc. A polémica vale o que vale (nada), ainda que, inevitavelmente, contribua para providenciar um ar de choque a "The Apprentice", afinal, como exclamam (corretamente) muitos dos materiais promocionais ...

"Flow - À Deriva" ("Straume"), de Gints Zilbalodis

Não devemos ter medo de exaltar aquilo que nos parece "personificar", por assim dizer, um ideal de perfeição. Consequentemente, proclamo-o, sem medos, sem pudores, "Flow - À Deriva", do letão Gints Zilbalodis é um dos melhores filmes do século XXI. Um acontecimento estarrecedor, daqueles que além de anunciar um novo autor, nos providencia a oportunidade rara, raríssima de experienciar "cinema puro". O conceito é simultaneamente simples e complexo. Essencialmente, entramos num mundo que pode ou não ser o nosso, onde encontramos apenas natureza, há resquícios do que pode, eventualmente, ter sido intervenção humana, mas, permanecem esquecidos, abandonados, nalguns casos, até consumidos pela vegetação. Um dia, um gato, solitário por natureza, é confrontado com um horripilante dilúvio e, para sobreviver, necessita de se unir a uma capivara, um lémure-de-cauda-anelada e um cão. Segue-se uma odisseia épica, sem diálogos, onde somos convidados (os dissidentes, cas...

"Oh, Canada", de Paul Schrader

Contemporâneo de Martin Scorsese, Steven Spielberg e Francis Ford Coppola, Paul Schrader nunca conquistou o estatuto de "popularidade" de nenhum desses gigantes... e, no entanto (ou, se calhar, por consequência de), é, inquestionavelmente, o mais destemido. Em 1997, "Confrontação", a sua 12ª longa-metragem, tornou-se num pequeno sucesso, até proporcionou um Óscar ao, entretanto, falecido James Coburn. Acontece que, o mediatismo não o deslumbrou, pelo contrário, Schrader tornou-se num cineasta marginal, aberto às mais radicais experiências (a título de exemplo, mencionemos "Vale do Pecado", com Lindsay Lohan e James Deen). Uma das personas mais fascinantes do panorama cultural norte-americano, parecia ter escolhido uma espécie de exílio, até que, "No Coração da Escuridão", de 2017, o reconciliou com o público. Aliás, o filme representou o início de uma espécie de trilogia, completada por "The Card Counter: O Jogador", em 2021, e "O ...