Crítica: "Colossal", de Nacho Vigalondo
Título Original: "Colossal"
Realização: Nacho Vigalondo
Argumento: Nacho Vigalondo
Género: Comédia, Thriller, Fantasia
Duração: 109 minutos
Distribuição: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/12
Data de Estreia (Portugal): 18/05/2017
Nacho Vigalondo é um cineasta como poucos. Alguém, que nunca assinou (nem aparenta ter interesse em assinar) um filme minimamente banal ou rotineiro, apostando sempre em premissas rocambolescas e desmesuradamente ambiciosas (acompanhadas por uma certa tendência, para o cruzamento de géneros), que facilmente poderiam resultar em absolutos desastres, mas, que este consegue transformar em grandiosos acontecimentos, capazes de funcionar simultaneamente como excelentes pedaços de cinema de género e, como contos humanistas, delicadamente melancólicos, que nos dizem muito acerca de nós e, do mundo em que vivemos. Assim, é Colossal, bizarra experiência cinematográfica, que coloca uma extraordinária Anne Hathaway, na pele de uma alcoólica, que regressa a pequena e (como nos dizem) aborrecida cidade, onde cresceu, só para descobrir, que a sua dependência traz ao de cima um monstro gigantesco, em Seul. E, mais não adiantamos, até porque uma das coisas mais fascinantes em Colossal, é precisamente a descoberta, a maneira como Nacho nos vai surpreendendo, com uma narrativa que começa como uma comédia classicamente independente, sobre personagens presas entre uma juventude, que não voltará nunca e, as responsabilidades impostas pela idade adulta, que lentamente se vai transfigurando numa belíssima parábola para as consequências destrutivas da dependência e terror das relações abusivas. Eternamente interessado num meio termo curiosíssimo, entre a vivência comum e fenómenos, que já pertencem ao território do fantástico, o cinema do espanhol em causa, continua igual a si mesmo, inteligente, subversivo e comovente. E, este cruzamento genial de Jovem Adulta com Batalha do Pacífico, pode muito bem ser o seu melhor filme à data.
10/10
Texto de Miguel Anjos
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