Crítica: Livrai-nos do Mal (Deliver Us From Evil), de Scott Derrickson
Scott Derickson é um cineasta de imenso talento cuja filmografia (à data deste escrito, curta mas interessante), tem apresentado uma regular evolução que se tem vindo a notar desde o mediano "O Exorcismo De Emily Rose" até ao subtil e enervante (no bom sentido) "Sinister - A Entidade Do Mal". Evolução essa que se volta a fazer ver neste seu excecional "Livrai-nos Do Mal". Uma mistura de thriller policial e cinema de terror de grande fôlego, que funciona como uma espécie de mistura entre "Seven" e "O Exorcista".
Mas, afinal o que é que distingue a obra de Derrickson das restantes em sala e faz dela como eu próprio mencionei acima "excecional"? Pergunta o caríssimo leitor. Simples, é que o cineasta sabe (e atenção que isto é algo que não se ensina) que para nos envolvermos por completo na narrativa a existência de personagens cativantes é uma necessidade, e por isso este centra a sua obra acima de tudo, nestes seus dois protagonistas, brilhantemente interpretados por Eric Bana e Edgar Ramiréz, com o primeiro à trazer a vida o seu polícia como um homem duro e vivido (com o qual é impossível não simpatizar) de uma maneira soberba (belíssimamente completada por um sotaque Nova Iorquino que roça a perfeição), e o segundo a emanar grandes doses de talento e charme num papel de curiosa complexidade.
Também merecedores de destaque, embora em papéis menores são Sean Harris numa interpretação fisicamente desgastante e verdadeiramente ameaçadora e Joel McHale, até agora conhecido unicamente pelos seus talentos no campo da comédia, que aqui cria uma personagem curiosa e divertida, oferecendo nas suas poucas cenas uma grande adição à obra.
Como defeito aponta-se apenas um, é ele a fraca abordagem da família do protagonista, que se nota sobretudo na personagem de Olivia Munn, que aqui pouco tem para fazer.
E, em suma, "Livrai-nos do Mal" é empolgante, cativante e muito bem escrito, entretém tanto quanto assusta.
10/10
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