Avançar para o conteúdo principal
Crítica: "O Estagiário", de Nancy Meyers


Título Original: "The Intern"
Realização: Nancy Meyers
Argumento: Nancy Meyers
Género: Comédia
Duração: 120 minutos

Jules Ostin (Anne Hathaway) é fundadora e directora executiva de um bem-sucedido site de moda. Quando acede a integrar na sua empresa um programa de sensibilização da comunidade para o bem-estar na terceira idade, não imagina o quanto a sua vida vai ser afectada. É neste contexto que conhece Ben Whittaker (Robert De Niro) um homem de 70 anos que encontra no estágio sénior criado pela empresa a oportunidade por que sempre esperou para fugir ao tédio e sedentarismo da sua vida de reformado. Embora toda a gente adore Ben e o seu optimismo crónico, Jules demora a deixar-se conquistar pelas suas boas intenções e inegável carisma. E tudo se altera quando vê a sua liderança questionada pelos accionistas da sua própria empresa, que a acham jovem demais para decisões tão importantes…

Um novo filme de Nancy Meyers (autora de uma série de títulos bastante aprazíveis, onde se incluem fitas como "Alguém Tem que Ceder" ou "O Amor não Tira Férias") é sempre motivo de regojizo. Afinal, é raro encontrar alguém que seja capaz de escrever (e realizar) comédias dramáticas sobre as atribulações da vida adulta com tanta elegância e maturidade, e prova disso é a sua mais recente longa-metragem, de seu nome "O Estagiário" (título original: "The Intern"), uma obra deveras enternecedora, que evita os lugares comuns típicos do género graças a um argumento inteligente e bem humorado e um elenco de exceção.

Miguel Anjos

Comentários

Mensagens populares deste blogue

CRÍTICA - "THE APPRENTICE - A HISTÓRIA DE TRUMP"

"The Apprentice", em Portugal, acompanhado pelo subtítulo "A História de Trump", tornou-se num dos filmes mais mediáticos do ano antes de ser revelado ao público, em maio, no Festival de Cannes, "poiso" habitual do seu autor, o iraniano-sueco-dinamarquês Ali Abbasi. De facto, os tabloides tiveram muito por onde pegar, houve um apoiante de Donald Trump que, inconscientemente, terá sido um dos financiadores de "The Apprentice" (só podemos especular que terá assumido que o filme se tratava de uma hagiografia, de pendor propagandístico), a campanha de boicote que Trump e a sua comitiva lançaram contra o filme, a dificuldade de encontrar um distribuidor no mercado norte-americano (nenhum estúdio quer ter um possível Presidente como inimigo), etc. A polémica vale o que vale (nada), ainda que, inevitavelmente, contribua para providenciar um ar de choque a "The Apprentice", afinal, como exclamam (corretamente) muitos dos materiais promocionais ...

"Flow - À Deriva" ("Straume"), de Gints Zilbalodis

Não devemos ter medo de exaltar aquilo que nos parece "personificar", por assim dizer, um ideal de perfeição. Consequentemente, proclamo-o, sem medos, sem pudores, "Flow - À Deriva", do letão Gints Zilbalodis é um dos melhores filmes do século XXI. Um acontecimento estarrecedor, daqueles que além de anunciar um novo autor, nos providencia a oportunidade rara, raríssima de experienciar "cinema puro". O conceito é simultaneamente simples e complexo. Essencialmente, entramos num mundo que pode ou não ser o nosso, onde encontramos apenas natureza, há resquícios do que pode, eventualmente, ter sido intervenção humana, mas, permanecem esquecidos, abandonados, nalguns casos, até consumidos pela vegetação. Um dia, um gato, solitário por natureza, é confrontado com um horripilante dilúvio e, para sobreviver, necessita de se unir a uma capivara, um lémure-de-cauda-anelada e um cão. Segue-se uma odisseia épica, sem diálogos, onde somos convidados (os dissidentes, cas...

"Oh, Canada", de Paul Schrader

Contemporâneo de Martin Scorsese, Steven Spielberg e Francis Ford Coppola, Paul Schrader nunca conquistou o estatuto de "popularidade" de nenhum desses gigantes... e, no entanto (ou, se calhar, por consequência de), é, inquestionavelmente, o mais destemido. Em 1997, "Confrontação", a sua 12ª longa-metragem, tornou-se num pequeno sucesso, até proporcionou um Óscar ao, entretanto, falecido James Coburn. Acontece que, o mediatismo não o deslumbrou, pelo contrário, Schrader tornou-se num cineasta marginal, aberto às mais radicais experiências (a título de exemplo, mencionemos "Vale do Pecado", com Lindsay Lohan e James Deen). Uma das personas mais fascinantes do panorama cultural norte-americano, parecia ter escolhido uma espécie de exílio, até que, "No Coração da Escuridão", de 2017, o reconciliou com o público. Aliás, o filme representou o início de uma espécie de trilogia, completada por "The Card Counter: O Jogador", em 2021, e "O ...