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Crítica: "Crimson Peak - A Colina Vermelha", de Guillermo del Toro



Título Original: "Crimson Peak"
Realização: Guillermo del Toro
Argumento: Guillermo del Toro, Matthew Robbins
Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston, Charlie Hunnam, Jim Beaver
Género: Drama/Fantasia/Terror
Duração: 119 minutos

Grande e fascinante acontecimento: o realizador/argumentista mexicano Guillermo del Toro ("Hellboy""O Labirinto do Fauno") regressa às nossas salas com "Crimson Peak - A Colina Vermelha", um romance gótico, que tem tanto de arrepiante como de maravilhosamente belo, que narra a história de Edith, uma aspirante a escritora na Nova Iorque de finais do século XIX, que se encontra a compor uma história de fantasmas, antes de se ver ela própria envolvida numa, quanto se decide casar com um um baronete inglês, garboso mas sem um tostão furado, que procura financiamento para reabrir as minas de argila da família. Porém, chegados a Allerdale Hall, a sua mansão em Inglaterra, Edith descobre um mundo repleto de fantasmas e a ameaça da cruel irmã do novo marido. Rodado com cores quentes, um trabalho de câmara sumptuoso e com atores em registo de tom notas acima do que é habitual (destaque óbvio para a magnifica e incrivelmente versátil Jessica Chastain, mais uma vez diferente de tudo o que anteriormente fez), em "Crimson Peak" o cineasta apropria-se da temática fantasmagórica para conceber uma belíssima história sobre o lado negro da paixão.

Miguel Anjos

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