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Crítica: "Steve Jobs", de Danny Boyle


Título Original: "Steve Jobs"
Realização: Danny Boyle
Argumento: Aaron Sorkin
Elenco: Michael FassbenderKate WinsletSeth RogenJeff Daniels
Género: Biografia, Drama
Duração: 122 minutos
País: EUA
Ano: 2015
Classificação Etária: M/12
Data De Estreia (Portugal): 12/11/2015
Facebook Oficial | Site Oficial | IMDB

Depois de, em "A Rede Social" (2010) se ter centrado em Mark Zuckerberg, criador do Facebook, o dramaturgo tornado argumentista Aaron Sorkin debruça-se agora sobre a vida de uma outra figura icónica da nova era tecnológica: Steve Jobs. Recorrendo para tal à biografia escrita por Walter Isaacson para construir uma estrutura tripartida: descobrimos Jobs em momentos emblemáticos do seu trabalho na Apple (ou contra a Apple...), lançando produtos que, em 1984, 1988 e 1998, definiram as suas ideias e estratégias na evolução dos computadores. Não será, de maneira alguma, uma biografia comum ou, muito menos, panfletária ("pró" ou "contra", seria igualmente maniqueísta), mas, isso sim, um minucioso e fascinante trabalho narrativo, através do qual Sorkin e o cineasta Danny Boyle (autor do seminal "Trainspotting"), traçam um retrato íntimo de uma personagem riquíssima, complexa, plena de contrastes e contradições. Vale ainda a pena salientar, a importância dos atores para este processo, não só do magistral Michael Fassbender (será que é desta que ganha um Óscar?), mas também de dois secundários de peso: Kate Winslet e Seth Rogen, a primeira comove no papel de uma colaboradora de longa data de Jobs e, possivelmente, a única que ainda acredita no seu lado mais humano (é ela o “centro moral” do filme), enquanto que o segundo impressiona como Steve Wozniak, o melhor amigo do protagonista e o co-fundador da Apple. É certo, já nos contaram esta história antes (lembremo-nos de "Jobs", lançado entre nós em 2014, ou até do documentário "Steve Jobs: The Man in the Machine", que acaba de chegar ao mercado de DVD), mas nunca desta forma.

Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos

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