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Crítica: "Café Society", de Woody Allen



Título Original: "Café Society"
Realização: Woody Allen
Argumento: Woody Allen
Elenco: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell, Blake Lively, Jeannie Berlin, Ken Stott, Parker Posey, Corey Stoll
Género: Comédia, Drama, Romance
Duração: 96 minutos
País: EUA
Ano: 2016
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/12
Data de Estreia (Portugal): 20/10/2016


Crítica: Serenamente, Woody Allen prossegue a sua longuíssima carreira com aquele que será claramente um dos seus mais bonitos filmes em anos recentes: "Café Society", uma deambulação romanesca pela Hollywood dos anos 30, que constitui uma tocante viagem pelos encantos e desencantos do impulso amoroso. Bobby (Jesse Eisenberg, um dos mais fabulosos atores a interpretar Woody Allen, nos filmes do nova-iorquino, que como já se sabe são sempre protagonizados por personagens que se assemelham a sua figura) é um nova-iorquino que decide abandonar a sua cidade natal pela primeira vez e rumar até Los Angeles, na esperança de tentar a sua sorte em Hollywood com a ajuda do tio, um famoso produtor de cinema (Steve Carell, subtilmente extraordinário). Porém, não demora muito até que se apaixona… Daí nasce um dos melhores e mais bonitos filmes de Allen em vários anos, simultaneamente, uma sátira contundente às maquinações da "fábrica dos sonhos" e uma tragicomédia romântica de melancolia discreta e charme abundante. Além do mais e, como não poderia deixar de ser temos direito a um elenco de primeiríssima água onde podemos encontrar prestações memoráveis de Kristen Stewart, Jeannie Berlin, Ken Stott e, ainda um impagável Corey Stoll.

Texto de Miguel Anjos

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