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Crítica: "À Procura de Dory", de Andrew Stanton, Angus MacLane


Título Original: "Finding Dory"
Realização: Andrew Stanton, Angus MacLane
Argumento: Andrew StantonVictoria Strouse
Elenco: Ellen DeGeneresAlbert BrooksEd O'Neill
Género: Animação, Aventura, Comédia
Duração: 103 minutos
País: EUA
Ano: 2016
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/6
Data de Estreia (Portugal): 23/06/2016

Começou o verão cinematográfico e, com ele, vem sempre também um certo sentimento de nostalgia, do qual os estúdios se vão aproveitando trazendo de volta algumas das suas mais icónicas personagens ou universos. Assim, é com prazer que retornamos ao oceano e revemos Nemo, Marlin e, acima de tudo, Dory, o pequeno peixe azul que sofre de perda de memória a curto prazo, em torno de quem gira esta sequela. A história (a protagonista lembra-se, por acidente, dos pais e parte em sua busca) é simples e não acrescenta muito ao seu antecessor, mas isso não importa nada quando a execução é assim tão brilhante. E, desde um argumento intrincadamente construído (o arco narrativo do oceanário, traz à memória, um heist movie) até ao elenco de vozes perfeitamente escolhidas (palmas são necessárias para Ed O’Neill, aqui no papel de um polvo astuto que não quer regressar ao oceano), isto já sem falar na elevadíssima qualidade técnica (a este ponto, tal coisa já não será de todo necessária), "À Procura de Dory" é, de facto, um filme brilhante.

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Além disso, importa notar, que ao comprar bilhete para "À Procura de Dory", o espetador poderá também assistir a uma curta-metragem, capaz de competir com qualquer longa: "Piper", belíssima e deliciosa pérola, sobre o crescimento de uma pequena ave junto ao mar, que é uma verdadeira obra-prima em 6 minutos.

Texto de Miguel Anjos

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