Crítica: "Verdade ou Consequência"
Apesar
das muitas tentativas recentes de o revitalizar, o musical morreu
permanentemente e, o western permanece unicamente como uma reflexão moral sobre
as escolhas, digamos, moralmente questionáveis do seu passado (nomeadamente, na
maneira como os cineastas dos anos 50/60 escolheram retratar autênticos massacres
como atos de heroísmo). Porém, o slasher
aparenta mesmo estar a regressar aos nossos ecrãs, dada a elevada contagem de
contos sanguinolentos acerca de jovens universitários, que enfrentam forças
malignas que escapam ao seu controlo e lhes ameaçam a vida. “Verdade ou
Consequência” é mais uma dessas aventuras, no entanto, debaixo de uma superfície
imaculada (a cinematografia tem aquele ar glossy,
que associamos sempre a estas produções de estúdio), encontramos uma fita bem
mais subversiva do que seria de esperar. No epicentro da narrativa, está um grupo
de amigos, que quando confrontados com o final da faculdade e, a necessidade de
abraçar um novo mundo responsabilidades, decidem rumar ao México para um entoar
um último grito de liberdade. Mas, rapidamente se veem no interior de uma
igreja envelhecida, onde um estranho os convence a começar um jogo de verdade
ou consequência. Imediatamente notamos algum desconforto entre os participantes
e, o cineasta e co-argumentista Wadlow aproveita o desconhecimento que as
personagens obviamente tem em relação aqueles que supostamente seriam os seus
melhores amigos, para conceber 100 minutos de apropriados sustos, com um
curioso subtexto social, apresentando metodicamente a personalidade das suas
personagens, só para depois as utilizar contra elas, no processo, expondo as
imensas contradições que encerram em si e, a maneira como enganam o mundo que
as rodeia e a si mesmas.
Realização: Jeff Wadlow
Género: Terror
Duração: 100 minutos
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