Crítica: "Solace: Premonições", de Afonso Poyart
Título Original: "Solace"
Realização: Afonso Poyart
Argumento: Sean Bailey, Ted Griffin
Elenco: Anthony Hopkins, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish, Colin Farrell
Género: Mistério, Thriller
Duração: 101 minutos
Pais: EUA
Ano: 2015
Data De Estreia (Portugal): 31/12/2015
Classificação Etária: M/14
Título Original: "Solace"
Realização: Afonso Poyart
Argumento: Sean Bailey, Ted Griffin
Elenco: Anthony Hopkins, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish, Colin Farrell
Género: Mistério, Thriller
Duração: 101 minutos
Pais: EUA
Ano: 2015
Data De Estreia (Portugal): 31/12/2015
Classificação Etária: M/14
Quando os astros se alinham de uma maneira que ainda estamos por averiguar, chega a essa cidade sem lei chamada Hollywood um estrangeiro do qual pouco tínhamos ouvido falar, mas que se mostra capaz de criar algo subversivo e ousado dentro do sistema. Foi o caso de Milos Forman e de John Schlesinger. Ainda é cedo para afirmá-lo, mas agora esse forasteiro aparenta passar pelo nome de Afonso Poyart, cineasta brasileiro com uma curta carreira, mas que, a avaliar por este "Solace: Premonições" parece ser prometedora. Trata-se de um thriller policial envolvente e empolgante, com uma inteligência fora do comum, cuja narrativa gira em torno de uma psiquiatra e de um detetive pragmático que unem esforços com um médium (excelente Anthony Hopkins, num registo próximo ao de "O Silêncio dos Inocentes") para apanhar um homicida, também ele portador de capacidades psíquicas paranormais.
Os seus pontos fortes são três: em primeiro lugar, o argumento (da autoria de Sean Bailey, Ted Griffin) que surpreende pela ambiguidade moral que apresenta perante o homicídio, estando, assim ausente do moralismo que esperamos encontrar em produções semelhantes e oferecendo ao seu espetador algumas ideias interessantes e dignas de reflexão, que o colocam uns furos acima da maioria dos outros exemplares do género. Em segundo o elenco, que para além do sempre fiável Hopkins, ainda conta com desempenhos dignos de nota de gente como Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish e, em especial, Colin Farrell que é dos melhores e mais subvalorizados atores da sua geração e, aqui impressiona no papel de um homem perfeitamente racional cujas capacidades mentais tornaram numa espécie de "Anjo da Morte", não tem muito "tempo de antena" (só aparece na segunda metade) mas deixa a sua marca. E por fim, o elo essencial na ligação destas duas componentes, ou seja, a realização de Poyart que, ao recorrer a uma série de recursos já conhecidos, mas não excessivamente popularizados (como o são a câmara lenta, time lapse, bullet-time, entre outros), prova uma criatividade inquestionável. Como tal, estamos perante uma obra manifestamente curiosa que surpreende pela positiva e se prova digna de ser recomendada.
Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos
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