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Crítica: "O Amigo Gigante", de Steven Spielberg



Título Original: "The BFG"
Realização: Steven Spielberg
Argumento: Melissa Mathison
Elenco: Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton
Género: Aventura, Família, Fantasia
Duração: 117 minutos
País: Reino Unido | Canada | EUA
Ano: 2016
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/6
Data de Estreia (Portugal): 07/07/2016

Crítica: Grande e fascinante acontecimento cinematográfico, Steven Spielberg, o cineasta que cunhou o termo "blockbuster" (formato que, nos dias que correm, domina boa parte da indústria americana) com o seminal "Tubarão" e, muito fez pelo seu desenvolvimento com títulos emblemáticos como o são "Encontros Imediatos do 3º Grau", "Os Salteadores da Arca Perdida" ou "ET - O Extraterrestre", reencontra as maravilhas originais da fábula com uma fita memorável, adaptando um clássico do escritor australiano Roald Dahl (que, curiosamente, foi publicado no ano em que "ET" chegou às salas), "The BFG" (ou, em bom português, "O Amigo Gigante"), centrado na inesperada relação que se estabelece entre uma pequena órfã (Ruby Barnhill) e o gigante (Mark Rylance, numa composição notável). Trata-se de uma fita invulgarmente classicista (isto, no melhor sentido possível do termo, atenção), que se apoia numa excelente dupla de atores e numa componente técnica, por demais, extraordinária, para construir aquilo que é, afinal, mais que um grande filme para toda a família, um comovente ensaio sobre a solidão, com um sentido de humor delicioso que nos põe um sorriso na cara e uma candura que traz a lágrima ao olho.


Texto de Miguel Anjos

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